"Há um princípio básico e inalienável por que me norteio, ser responsável pelos meus atos, sempre com responsabilidade cívica não preciso nem gosto que me digam o que devo fazer. O Estado tem a mania nesta pandemia de ser meu “paizinho”.

Tenho a noção que a minha liberdade acaba quando ponho em causa a liberdade dos outros.

Não sou negacionista desta pandemia, nem sou anti-vacinação, nem radical a reclamar por abertura. Porém, estou no meio termo, acredito que a pandemia é real, mas também acredito, que a resposta atual é apenas para disfarçar a incompetência das decisões políticas tomadas.

Nunca deixei de ter medo, mas um medo racional. Para uns o medo tornou- se paranóia, todavia, para outros o medo esfumou-se. Sempre me resguardei, sou cauteloso e ponderado faz parte da minha idiossincrasia.

É fácil dizer-se que temos de viver ao sabor das circunstâncias quando podíamos ter evitado muitas situações anómalas, como o laxismo na época do Natal e o prolongamento até às eleições presidenciais. A comunicação com os portugueses falhou e a mensagem foi enviesada.

É difícil de entender como um país que foi um exemplo na luta contra o vírus está ou esteve no topo do mundo em vítimas. Passamos do céu para o inferno.

Somos o país da Europa com menor número de camas de cuidados intensivos em função da população. A Covid pôs à prova um frágil SNS que não foi reforçado quando a economia melhorou.

O Governo quer proteger a saúde pública, mas esquece-se de proteger a saúde mental.

Num Estado de Direito há leis, com direitos e obrigações. Quem cumpre tem direito a usufruir e quem não cumpre deve ser penalizado. Não se pode coarctar liberdades porque há gente que não cumpre. Parece que vivo num estado dominado por fora-da-lei. Não entendo por que posso ir comprar pão variado e vir para o carro e não posso comprar uma garrafa de água e um café e levar para o carro? Demoro o mesmo tempo!

Estou farto da pandemia como toda a gente, mas também estou farto de não poder fazer isto ou comprar aquilo pelos “outros” que não cumprem.

E, estou muito preocupado com a incapacidade que temos de nos poder queixar. Não posso pensar, não me posso queixar! Quem não se queixa e está calado é visto como a favor do controlo da pandemia. Quem pensa, emite opinião e se queixa é visto pela proliferação do vírus. Valha-me Santa Engrácia!

A liberdade de expressão está posta em causa, parece que a democracia também está confinada."