PSD quer corrigir proposta do Governo sobre suspensão de prazos judiciais
O PSD quer corrigir uma proposta de lei "imprudente, perigosa e irresponsável" do Governo sobre a suspensão temporária de prazos judiciais devido à covid-19 que "criou uma confusão generalizada e uma sensação de caos de desgoverno".
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Política Covid-19
Depois de o primeiro-ministro ter anunciado, em 21 de janeiro, que os tribunais de primeira instância vão voltar a encerrar, exceto para atos processuais urgentes, devido ao agravamento da pandemia, "cada magistrado decidiu o que quis, como quis e o que achou melhor e cada advogado fez o mesmo", afirmou Carlos Peixoto, vice-presidente da bancada social-democrata, numa conferência de imprensa na Assembleia da República, em Lisboa.
No caso dos advogados, exemplificou, "uns deram como certo que havia uma imediata suspensão de prazos e de diligência, outros não", alguns ainda, "confiados pela palavra do primeiro-ministro, que os induziu em erro, deixaram de cumprir prazos e provocaram prejuízo a cidadãos e a empresas".
O resultado, resumiu Carlos Peixoto, é que António Costa fez um anúncio de uma medida "imprudente, perigosa e irresponsável" e "criou confusão generalizada e uma sensação de caos de desgoverno no judiciário".
Por isso, o PSD vai propor alterações à proposta de lei do Governo de forma a "assegurar o efeito retroativo" entre 22 de janeiro de 2021, dia seguinte à data em que o primeiro-ministro anunciou estas decisões, de forma a "ressalvar as diligências já praticadas", e a data de entrada em vigor da lei.
Em segundo lugar, a bancada social-democrata pretende clarificar que não se está "a impor férias judiciais e a paralisação dos tribunais".
Carlos Peixoto lembrou que nos tribunais superiores, já a funcionar por meios eletrónicos e digitais, "os processos urgentes e não urgentes continuarão a ser tramitados com toda a normalidade, com exceção dos que exigem presença efetiva e física de pessoas".
E por último, o PSD pretende "eliminar a menção" na proposta do Governo para que Assembleia da República "adote mais tarde um novo período de férias judiciais".
Esse convite "não faz sentido", dado que é o parlamento que tem a competência exclusiva na matéria e o seu partido decidirá o que fazer "a seu tempo e não agora".
Além do mais, o deputado Carlos Peixoto sublinhou não se saber "quanto tempo vai durar o estado de emergência" e se esta suspensão de prazos se aplica "além do período de férias judiciais tradicionais".
As propostas dos sociais-democratas vão ser entregues na sexta-feira de manhã, dia em que o diploma será debatido no parlamento.
Os tribunais de primeira instância vão voltar a encerrar, exceto para atos processuais urgentes, devido ao agravamento da pandemia de covid-19, decidiu o Governo em 21 de janeiro.
Segundo o primeiro-ministro, os tribunais estarão encerrados para atos não urgentes durante 15 dias, a partir de 22 de janeiro.
"Quanto aos tribunais, são suspensos os prazos de todos os processos não urgentes", afirmou António Costa, após uma reunião do conselho de ministros.
Esta é a segunda vez desde o início da pandemia, em março de 2020, que os tribunais vão estar encerrados, passando apenas a serem realizados atos processuais e diligências relacionadas com direitos fundamentais dos cidadãos, tendo sido aprovado um regime excecional de suspensão de prazos.
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