"Professores são licenciados de 2.ª, os de 1.ª são juízes e médicos"
Um artigo de opinião assinado por Joaquim Jorge, biólogo e fundador do Clube dos Pensadores.
© Joaquim Jorge
Política Artigo de opinião
"Só agora, o Governo decide fechar as escolas: os professores pelos seus representantes, que são os sindicatos e não as associações de diretores, vêm alertando para a falta de condições de trabalho pela pandemia.
Os professores são o parente pobre da nossa sociedade, os portugueses em março aperceberam-se da sua importância porque não tinham onde deixar os filhos. Todavia, os professores não são encarregados de um armazém de alunos, mas encarregados de ensinar e administrar saberes.
A situação epidemiológica no país impunha há muito tempo o reforço da prevenção e das medidas de segurança sanitária nas escolas, realização de rastreios periódicos com recurso a testes de antigénio.
Os professores são os licenciados de segunda, os licenciados de primeira são os juízes e médicos. Os professores são uma classe que não conta para nada, só servem para ser “bombeiros de serviço da sociedade”, em contradição são sempre vistos por terem muitas férias e pouco fazerem.
Esta semana foram rejeitados no Parlamento apoios de transporte e habitação aos professores deslocados da sua residência resultantes da sua colocação. Os professores são os “patinhos feios do Governo” são muitos (120.000) e há uma enorme despesa pública.
Não se pode pôr em causa a saúde dos docentes e de toda a comunidade escolar. Por toda a Europa as escolas estão fechadas há muito tempo. Vamos pagar caro a teimosia em ter deixado correr o marfim. É preferível parar, para depois recuperar. Recordo-me de que no meu percurso escolar me obrigaram a fazer um ano cívico antes de entrar na faculdade. Não morri por isso e consegui tirar um curso superior.
Filipe Froes e Pedro Simas, virologistas de créditos firmados, alertaram para a necessidade de fecho de escolas.
Não adianta pedir desculpas por más decisões, as desculpas evitam-se, não fechar as escolas após as férias do Natal foi uma atitude inexplicável somente para agradar e com o fito nas eleições.
Decidir na política é antecipar os problemas. Precisamos de gente na política que não tenha medo de decidir, não tenha medo de desagradar e não tenha medo de falhar."
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