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André Ventura demarca-se de simpatizantes que hostilizaram imprensa

O candidato presidencial do Chega demarcou-se hoje dos vários apoiantes que na véspera insultaram, tentaram intimidar e até vandalizaram uma viatura da comunicação social, num jantar/comício que reuniu cerca de 170 pessoas em tempo de confinamento.

André Ventura demarca-se de simpatizantes que hostilizaram imprensa
Notícias ao Minuto

18:22 - 18/01/21 por Lusa

Política Presidenciais

"É importante que fique claro o seguinte: todos os atos de ameaça, insultos ou ofensas são condenáveis, tal como são a mim, como têm notado pelo país todo -- ofensas lamentáveis, baixas e vis. O mesmo critério que aplico a mim aplico a vocês, que estão a fazer o vosso trabalho. Todos os ataques, insultos ou ameaças são condenáveis", limitou-se a dizer, sem querer responder a mais perguntas, após um almoço/comício com 50 pessoas em Viana do Castelo.

Domingo à noite, militantes e apoiantes do Chega e do candidato presidencial hostilizaram os jornalistas e repórteres de imagem durante o repasto coletivo, após ter sido noticiada a grande aglomeração em tempo de "dever de recolhimento domciiliário" devido à pandemia de covid-19.

Na altura, em nenhum momento do seu discurso, em Braga, o deputado único do Chega e candidato a chefe de Estado se demarcou daqueles apoiantes, que "brindaram" os repórteres com um cântico: "Pouco importa, pouco importa/se eles falam bem ou mal/queremos o André Ventura/Presidente de Portugal", entre gestos típicos de claque de "ultras" de futebol e até uma ou outra saudação nazi.

Na sua breve intervenção, a anteceder o líder do partido da extrema-direita parlamentar, o diretor de campanha e mandatário nacional, além de membro da direção nacional do Chega, Rui Paulo Sousa, afirmou que os "inimigos, adversários estão lá fora, mas alguns estão cá dentro", motivando mais gestos ameaçadores dos convivas mais animados.

A distrital de Braga do Chega inclui concelhias como Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Barcelos, Fafe, Vizela, entre outras.

Já depois da debandada geral, alguns apoiantes de Ventura foram filmar e fotografar os jornalistas a trabalharem na sala que fora reservada para a comunicação social.

A noite terminou com o estrago de um limpa para-brisas traseiro da viatura caracterizada com o símbolo do Grupo RTP, mas que está ao serviço da rádio Antena1, um dos canais da emissora pública que acompanha a campanha eleitoral de André Ventura.

Hoje, durante o almoço/comício, cujos discursos anunciados sofreram um atraso de duas horas e meia, embora com a garantia de disponibilidade do candidato para responder a perguntas dos jornalistas em seguida, a assessoria de imprensa deu indicações contraditórias.

Primeiro, a posição era de que o partido não iria pronunciar-se sobre o ambiente e altercações da véspera em qualquer das quatro ações de campanha do dia, em seguida veio a justificação de que Ventura não responderia a perguntas porque já estava muito atrasado para o destino seguinte.

Finalmente, à saída do restaurante vianense em frente à praia do Coral, e abordado insistentemente pelos repórteres, o presidente da recém-formada força política demarcou-se do comportamento de alguns dos seus simpatizantes.

As eleições presidenciais realizam-se em plena epidemia de covid-19 em Portugal em 24 de janeiro, a 10.ª vez que os cidadãos portugueses escolhem o chefe de Estado em democracia, desde 1976. A campanha eleitoral começou no dia 10 e termina em 22 de janeiro.

Há outros seis candidatos: o incumbente Marcelo (apoiado oficialmente por PSD e CDS-PP), a diplomata e ex-eurodeputada do PS Ana Gomes (PAN e Livre), o eurodeputado e dirigente comunista, João Ferreira (PCP e "Os Verdes"), a eurodeputada e dirigente do BE, Marisa Matias, o fundador da Iniciativa Liberal Tiago Mayan e o calceteiro e ex-autarca socialista Vitorino Silva ("Tino de Rans", presidente do RIR - Reagir, Incluir, Reciclar).

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