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Uma "espera" a Marisa em 2016 que se fez luta contra a precariedade

Uma "espera" a Marisa Matias foi, em 2016, o início da luta dos precários do Centro Hospitalar do Oeste que, já integrados, estiveram hoje com a candidata que, mesmo não sendo eleita, veem como a sua presidente.

Uma "espera" a Marisa em 2016 que se fez luta contra a precariedade
Notícias ao Minuto

19:33 - 15/01/21 por Lusa

Política Presidenciais

De cravo vermelho na mão, Marisa Matias subiu esta tarde, pelo meio dos carros, a rampa da unidade das Caldas da Rainha do Centro Hospitalar do Oeste para se encontrar com velhas conhecidas.

O cravo, para simbolizar a vitória destas trabalhadoras, era para dar a Carla Jorge, auxiliar de ação médica, o rosto da luta destes precários, que conta aos jornalistas que foi uma "espera" a Marisa Matias o arranque desta batalha pelos direitos destes trabalhadores.

"A nossa luta, dos precários CHO, começou com uma visita inesperada que nós fizemos à Marisa. Num evento público na Foz do Arelho e nós fomos lá de rompante", recorda, puxando a fita do tempo até 2016.

Marisa anui e lembra que estava então, na Foz do Arelho, a conversar com um refugiado sírio, um dos primeiros "refugiados em Portugal, que estava a trabalhar numa padaria em Alfeizerão".

"Estas senhoras fizeram-me uma espera", diz, com um sorriso escondido pela máscara.

As antigas precárias contam que foi a partir desse domingo que "tudo se desenrolou", com protestos e greves ou até idas ao parlamento, tendo então o BE avançado com um projeto de lei para a integração dos precários.

"Com isto tudo foram integrados 240 trabalhadores que nós na altura achávamos que erramos só 60. A mais velha estava há 19 anos como precária. Desde que nós contactamos a Marisa até sermos integrados demorou dois anos", referem estas trabalhadoras.

Para Carla Jorge, o resultado das eleições de domingo já está decidido: "a Marisa é a Marisa. É a nossa presidente. Mesmo que não seja eleita, é a nossa Presidente".

De máscara cor-de-rosa, Florbela Campanhã critica os partidos que não vêm ao terreno e "tira o chapéu" apenas ao BE que "trabalha muito em função do terreno, em função das pessoas".

"Temos um Presidente [Marcelo Rebelo de Sousa] que nunca mencionou uma palavra de carinho, de afeto, que é tão considerado o presidente dos afetos, aos auxiliares de ação médica", condena.

Aos jornalistas, do seu habitual microfone isolado devido aos tempos de pandemia, a recandidata presidencial apoiada pelo BE explica que se quis reencontrar com estas pessoas que "fizeram uma luta muito importante, contra a precariedade e pelo SNS".

"É uma luta que mostra o que foi feito e o que falta fazer", sintetiza, dando o exemplo das "800 mil pessoas neste país que trabalham por turnos e que não têm direitos consagrados como horas de descanso ou o direito a poder recorrer a uma reforma antecipada".

Mas Marcelo não é esquecido também por Marisa.

"Há um contraste que ficou muito claro nos últimos cinco anos: por um lado, o PR a promulgar uma lei que estendeu o período de precariedade para quem está em período experimental, os primeiros a ficar sem chão quando a pandemia bateu à porta, e do outro estas mulheres e estes homens, com muita dignidade, a lutar para que os seus anos de trabalho na função pública como precários fossem reconhecidos como pleno direito", condena.

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