Presidente da República "não pode poupar esforços" na defesa da Saúde
O candidato presidencial João Ferreira disse hoje que "não chega bater palmas" aos profissionais de saúde e advertiu que o Presidente da República "não pode poupar esforços" na proteção dos seus direitos laborais e na defesa do Serviço Nacional de Saúde.
© Artur Machado/Global Imagens
Política Presidenciais
"Não chega, como é muito justo que se faça numa altura destas, bater palmas a estes profissionais, a todos eles. É enorme o reconhecimento de todos os portugueses. Mas de facto a pergunta 'quem cuida de nós' continua sem a necessária reposta".
Falando aos jornalistas em Coimbra após um encontro com profissionais da saúde, o candidato comunista considerou que "cuidar destes trabalhadores" é valorizar as suas carreiras, os seus salários, dignificar os seus horários e contratar os profissionais em falta.
"O Presidente da República não pode poupar esforços em desenvolver destes dois preceitos constitucionais: direito ao trabalho com direitos e direito à proteção na saúde através do Serviço Nacional de Saúde", afirmou.
Questionado pelos jornalistas sobre a forma como se pode combater a saída de enfermeiros para trabalhar no estrangeiro, João Ferreira respondeu que "seguramente não é como está a acontecer", com contratos de "quatro meses e a receber seis euros à hora".
Para o candidato comunista, a única maneira de cativar estes profissionais da saúde é "garantindo condições de estabilidade" às suas carreiras, já que o país tem um défice de enfermeiros e não vai precisar deles "só durante quatro meses".
Ao final da manhã, João Ferreira teve um encontro com trabalhadores da Saúde, junto à portaria do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), onde ouviu algumas das queixas dos profissionais desta área.
Francelina Cruz, auxiliar de ação médica no internamento do CHUC, relatou que a falta de pessoal "é geral" e que os profissionais estão "exaustos" e com a sua saúde mental afetada, alguns a cumprirem turnos de 12 horas.
Já o enfermeiro Paulo Anacleto considerou que os hospitais daquela cidade está em "pré-ruptura", devido, sobretudo, à "fusão dos hospitais de Coimbra", que engloba os hospitais da Universidade de Coimbra e o dos Covões
"O hospital dos Covões está assoberbado com doentes covid, estamos a viver uma situação calamitosa", descreveu, notando que há espaço público em Coimbra para responder à situação, se o antigo hospital militar entretanto convertido em centro de saúde passasse a receber doentes com covid-19 que não fossem graves.
Ao final da tarde, João Ferreira participa na iniciativa "Um horizonte de esperança para o desenvolvimento na Península de Setúbal", na Baixa da Banheira e à noite contacta com trabalhadores da recolha de resíduos, em Palmela.
As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
Além de João Ferreira (PCP e PEV), concorrem a estas eleições seis candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).
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