Jornalistas "vigiados ilegalmente"? Cotrim pede responsabilidades

O deputado único do Iniciativa Liberal critica o facto de dois jornalistas terem sido vigiados "ilegalmente" por ordem do Ministério Público. João Cotrim de Figueiredo pede responsabilidades e insta a justiça a agir.

João Cotrim de Figueiredo

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Filipa Matias Pereira
13/01/2021 16:32 ‧ 13/01/2021 por Filipa Matias Pereira

Política

Jornalismo

Depois de a revista Sábado ter avançado que dois jornalistas foram alvo de vigilância policial, ordenada pelo Ministério Público, o deputado João Cotrim de Figueiredo pede "responsabilidades imediatas e que a Justiça atue".

Na rede social Twitter, o deputado único da IL recorda que os jornalistas em causa - Carlos Rodrigues Lima e Henrique Machado - foram "vigiados ilegalmente pela polícia a mando de uma Procuradora do DIAP (fotografados, mensagens vasculhadas, sigilos violados)".

O parlamentar questiona, indignado, "é isto uma democracia? Onde está a liberdade de imprensa?".

Neste sentido, o líder partidário pede que sejam apuradas responsabilidades e que a justiça atue sobre o caso.

Já em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, o partido defende que "é impensável que uma Procuradora sem qualquer autorização de um Juiz mande a polícia vigiar jornalistas".

A situação é "uma afronta aos valores democráticos e um ataque sem precedentes na nossa história à liberdade de imprensa e, também, ao direito de reserva das fontes".

Portugal, acredita o Iniciativa Liberal, "ainda é uma democracia com instituições que funcionam. Por isso, esperamos que se encontrem responsabilidades o mais rápido possível, a começar por quem na hierarquia preparou, ordenou e sabia destes atos de vigilância".

Recorde-se que a revista Sábado revelou que a procuradora Andrea Marques, do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, ordenou a PSP a fazer vigilâncias aos jornalistas Carlos Rodrigues Lima, da revista, e Henrique Machado, ex-jornalista do Correio da Manhã, atualmente na TVI.

"Com tal diligência, segundo o processo, a procuradora quis saber com quem é que ambos os jornalistas contactavam no universo dos tribunais, apesar de a investigação em causa dizer só respeito a uma eventual violação do segredo de justiça no caso e-toupeira", escreve a revista.

Em reação, o Ministério Público esclareceu que a vigilância policial dos jornalistas não tinha de ser autorizada por qualquer juiz e que o processo decorreu "com respeito pela legalidade".

O Sindicato dos Jornalistas já pediu esclarecimentos urgentes à procuradora-geral da República sobre o caso, considerando estar em causa uma clara violação do sigilo profissional e da proteção das fontes de informação.

Leia Também: Vigilância de jornalistas. Sindicato pede esclarecimentos urgentes à PGR

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