André Silva, porta-voz do PAN, já reagiu ao cartaz afixado pela Federação Portuguesa de Tauromaquia (ProToiro), que se encontra na Rua da Imprensa à Estrela, junto à Assembleia da República, que critica a proibição da presença e participação de menores em espetáculos tauromáquicos.

"Fui designado marido de António Costa e ilustrado como pai de família. Com o meu esposo, partilho responsabilidades parentais na proteção dos nossos filhos, garantindo que se vêem livres da violência associada à tauromaquia, num mundo de esperança que poderia ser muito mais cor-de-rosa do que é hoje", começa por apontar o líder do PAN, num texto divulgado, ontem, na sua página oficial do Facebook.

Para André Silva, o outdoor faz jus ao trabalho desenvolvido pelo partido na luta contra o setor da tauromaquia e é um "sinal" de que o PAN está "no TOP 1 das preocupações de quem se quer manter no poleiro bafiento dos maus-tratos a animais para divertimento".

"Bendita publicidade à acção e à mundivisão do PAN. Que seja o primeiro de muitos, até à abolição da indústria tauromáquica", afirmou, acrescentando ainda que a provocação da ProToiro "não mais é que o estertor de uma prática alarve que vive do sofrimento alheio, de indizível brutalidade, que já não tem lugar neste tempo".

A Federação Portuguesa de Tauromaquia instalou o polémico outdoor, na passada segunda-feira, no âmbito de uma campanha que tem com o objetivo "expor a usurpação da liberdade de escolha e educação dos menores e dos pais" após, nas negociações do Orçamento do Estado para 2021, em novembro, ter sido aprovada pelo Governo uma proposta do PAN sobre a alteração da idade para assistir ou participar em touradas, proibindo a presença ou participação de menores neste tipo de eventos.

No cartaz, no qual surge a cara de António Costa e de André Silva, pode ler-se: "Já conheces os novos pais dos teus filhos? (...) A liberdade na educação dos filhos pertence aos pais e não aos políticos".

"Estas propostas são uma afronta aos direitos das crianças e dos pais, uma vez que não existe qualquer fundamento científico nestas - e segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU - a responsabilidade de educar cabe, essencialmente, aos pais - não devendo, portanto, ser o Estado, nem os partidos a a decidir quem pode ou não assistir a Touradas. Além disso, a opinião dos menores é fundamental e a sua liberdade de participar na vida cultural e artística é um direito consagrado na Convenção e na Constituição Portuguesa. A liberdade cultural é um direito especialmente protegido na lei e tudo faremos para o defender, para quem gosta e para quem não gosta de touradas", argumentou Helder Milheiro, secretário-geral da ProToiro, num comunicado sobre a referida campanha que deverá estender-se nas redes sociais.

Entretanto, mais de 16 mil pessoas já assinaram uma petição lançada pela ProToiro contra esta medida.

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