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CDS/Matosinhos critica Galp por "profunda insensibilidade"

O CDS de Matosinhos considerou hoje que o anúncio de encerramento da refinaria da Galp neste concelho "em véspera natalícia" mostra uma "profunda insensibilidade" e exige conhecer as medidas que a câmara local vai tomar na defesa dos trabalhadores.

CDS/Matosinhos critica Galp por "profunda insensibilidade"
Notícias ao Minuto

11:44 - 24/12/20 por Lusa

Política Galp

"Este comunicado emitido na véspera natalícia veio causar uma grande ansiedade e angústia a todos os colaboradores [diretos e indiretos], mostrando assim uma profunda insensibilidade por parte da administração da Galp, o que nos leva a questionar as razões que motivaram esta tomada de decisão", refere-se no comunicado.

Para o CDS/Matosinhos a justificação sobre alterações estruturais dos padrões de consumo "não parece credível", uma vez que, lê-se na nota, "existem duas fábricas dentro do complexo que são únicas [Aromáticos e Lubrificantes] e não existem no complexo de Sines".

"Que solução irá a Galp apresentar para estas duas unidades? Irão ser deslocadas para Sines? Quanto aos seus colaboradores, irão ser transferidos ou compensados? Que aproveitamento vai ser feito dos terrenos após o desmantelamento do complexo? Torna-se urgente por parte da Câmara Municipal de Matosinhos a responsabilidade de responder a estas perguntas e apresentar as soluções completas", escreve o CDS/Matosinhos, aproveitando para "confortar todos os que foram afetados pelo comunicado da Galp".

A Galp anunciou na segunda-feira que vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano, uma decisão que o Governo já referiu que "levanta preocupações" em relação ao destino dos trabalhadores, mas lembra que as medidas anunciadas se inserem num processo que visa a descarbonização do setor energético.

A decisão da Galp de concentrar operações em Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano foi avançada em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Nele se refere que a empresa "continuará a abastecer o mercado regional mantendo a operação das principais instalações de importação, armazenamento e expedição de produtos existentes em Matosinhos", e que está a "desenvolver soluções adequadas para a necessária redução da força laboral e a avaliar alternativas de utilização para o complexo".

Os sindicatos apontam que estão em causa cerca de 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos.

Na terça-feira, o ministro do Ambiente considerou que a Galp "está obrigada a fazer mais do que a lei" no que diz respeito à situação dos trabalhadores da refinaria de Matosinhos, cujas operações serão descontinuadas a partir do próximo ano.

Antes, na segunda-feira, numa carta enviada ao gabinete de João Pedro Matos Fernandes, a câmara de Matosinhos liderada pela socialista Luísa Salgueiro exigiu saber que medidas excecionais serão ativadas pelo Governo para "prevenir o colapso" de empresas que dependem da refinaria da Galp localizada há 50 anos no concelho.

Vários partidos políticos solicitaram já uma audição, com caráter de urgência, do ministro do Ambiente e da Ação Climática.

Leia Também: Refinaria de Matosinhos. Governo está de "mãos dadas" com a Galp

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