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BE pede audição do ministro do Ambiente sobre fecho de refinaria da Galp

O BE pediu hoje a audição, com caráter de urgência, do ministro do Ambiente e da Ação Climática sobre o anunciado encerramento da refinaria da Galp, em Matosinhos, considerando que "este processo deve ser travado".

BE pede audição do ministro do Ambiente sobre fecho de refinaria da Galp
Notícias ao Minuto

19:16 - 21/12/20 por Lusa

Política Matos Fernandes

A Galp anunciou hoje que vai concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos a partir do próximo ano, uma decisão que o Governo já referiu que "levanta preocupações" em relação ao destino dos trabalhadores, mas lembra que as medidas anunciadas se inserem num processo que visa a descarbonização do setor energético.

Depois de, da parte da manhã, a líder do BE, Catarina Martins, ter criticado a Galp por ser "um exemplo do que não deve acontecer", defendendo que alterar o setor energético se faz também com reconversão de emprego e não com despedimentos, os bloquistas avançaram esta tarde com um requerimento.

"No sentido de esta Comissão [Parlamentar de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território] e a Assembleia da República conhecerem os termos em que o Governo pretende atuar sobre o anunciado processo de encerramento da refinaria da Galp, em Matosinhos, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda vem, por este meio, requerer a audição, com caráter de urgência, do ministro do Ambiente e da Ação Climática", pode ler-se no comunicado.

O BE condena que o Governo tenha reagido a estas decisões, justificando-as por estarem "alinhadas com os compromissos decorrentes dos acordos de Paris".

"É propaganda sem fundamento: a redução de emissões só pode ser resultado de alterações nos processos de produção de eletricidade, alimentos ou de transportes. De resto, um dos piores erros que se pode cometer face à crise climática é apresentar a transição energética como uma ameaça ao emprego e aos direitos dos trabalhadores", aponta.

Os bloquistas referem ainda que "esta contenção de custos, a maior da história da Galp, põe em perigo os 700 postos de trabalho da refinaria", ou seja, cerca de 300 efetivos e 400 prestadores de serviços, mas "o Estado, que é ainda o segundo acionista da empresa (7,5%), limita-se a pedir 'sensibilidade social'".

"O Governo não pode limitar-se a ficar 'disponível para uma reunião' com a Galp. Este processo deve ser travado", defende.

A redução da capacidade de refinação em Portugal, na ótica do BE, "só é aceitável se corresponder a uma redução permanente - e não circunstancial, sob pandemia - das necessidades nacionais de combustíveis".

"Mas o fecho da refinaria de Matosinhos não tem a ver com o cumprimento de metas de redução de emissões. É uma decisão selvagem dos donos da Galp que, à entrada da presidência portuguesa da União Europeia, o Governo quer subsidiar, pintando-a com tintas de êxito ambiental", critica.

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