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"Estamos perante uma efetiva nacionalização da TAP", diz IL

Iniciativa Liberal reuniu-se esta quinta-feira com o Governo. Em causa, o Plano de Reestruturação da TAP.

"Estamos perante uma efetiva nacionalização da TAP", diz IL
Notícias ao Minuto

12:09 - 10/12/20 por Melissa Lopes

Política Iniciativa Liberal

No seguimento das reuniões com o Governo, que começaram ontem, a Iniciativa Liberal reuniu-se esta quinta-feira com o Executivo. Em cima da mesa, esteve o Plano de Reestruturação da transportadora aérea nacional. 

À saída do encontro, João Cotrim Figueiredo disse que a reunião "serviu sobretudo para confirmar que estamos perante uma efectiva nacionalização da TAP".

Um "pecado original que remonta a 2016", acrescentou, referindo-se à reversão da privatização. Depois, com uma "sucessão de eventos", culminando "naquilo que o Governo diz que é um empréstimo de 1.200 milhões de euros".

Mas "como nós tivemos ocasião de chamar a atenção em junho [aquando do orçamento suplementar]", sublinhou o deputado, esse empréstimo "já estava inscrito como uma despesa de capital, ou seja, era dinheiro que não iria voltar". "E hoje foi confirmado que esse dinheiro vai ser convertido em capital da TAP, em boa parte pelo menos, levando a posição do Estado bem para cima dos 90%", apontou João Cotrim Figueiredo. 

O deputado acusou o Governo de ter levado os portugueses "ao engano" neste processo". "Também nos disse que era fundamental para a economia portuguesa  sustentar a TAP, mas chamo a atenção para estes dados que são importantes: Está-se a preparar um apoio de três mil milhões até 2025, toda a economia recebeu, em termos de lay off, apoio à retoma económica, adiamento de pagamentos de IRC, 2.500 milhões de euros". Ou seja, "toda a economia recebeu o dobro do que a TAP vai receber", comparou, lembrando que a transportadora representa cerca de 2% do PIB, mas recebe 33% dos apoios. "Isto não faz sentido absolutamente nenhum", criticou. 

No entender do deputado, o Governo também "mentiu quando disse que era para manter postos de trabalho". "Já houve 2.600 postos de trabalho que foram ou terminados ou não renovados, e agora este plano prevê mais 2.100 perdas de postos de trabalho até 2025. Mais, prevê a suspensão do acordo da empresa relativamente a estes postos", lamentou  Cotrim Figueiredo. 

Para a Iniciativa Liberal, "o país não tem condições para acudir a todas as empresas da mesma forma que está a fazer em relação à TAP" e, por isso, questiona: "Porquê a TAP e não outras empresas?" "Três mil milhões de euros tem que ser posto em contraste com as enormes necessidades que o país tem noutras áreas".

Sem se pronunciar sobre o Plano de Reestruturação em concreto, João Cotrim Figueiredo defendeu que "é muito difícil que três mil milhões de euros sejam justificados neste contexto" e que "quando se entra num plano de reestruturação como este sem ter uma equipa de gestão escolhida para o implementar, e sem ter uma estratégia de saída, estão reunidas as condições para que o Plano não tenha viabilidade" e que não tenha, do ponto de vista da IL, possibilidade de ser aprovado. 

Em declarações aos jornalistas à entrada para o Conselho Europeu, em Bruxelas, António Costa afirmou que o plano de reestruturação da TAP não será votado na Assembleia da República, frisando que "não faz parte do sistema constitucional português" que o Parlamento "substitua o Governo nas funções de governação".

O chefe do Executivo referiu que quem anunciou que o plano iria ser submetido ao Parlamento estava errado: "Creio que quem anunciou, ou teve uma má fonte, ou se precipitou naquilo que era a perspetiva da atuação do Governo", frisou António Costa.

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