Tiago Mayan Gonçalves, candidato apoiado e indicado pela Iniciativa Liberal à Presidência da República, foi o entrevistado desta segunda-feira de Miguel Sousa Tavares, na ronda de entrevistas que a TVI está a desenvolver no âmbito das eleições presidenciais, marcadas para dia 24 de janeiro de 2021.
Depois de revelar que esta é a sua "primeira experiência televisiva", Mayan garantiu que ter sido a segunda escolha do partido que representa não o diminuí de nenhuma forma.
"Isso é pura especulação. O que posso garantir é que a Iniciativa Liberal estabeleceu um perfil, não definiu uma pessoa e fez o que sempre fez. A Iniciativa Liberal é um partido de ideias e de valores, assumidamente liberais, e não escolhe protagonistas, escolhe quem pode corporizar essas ideias e valores a cada momento", esclareceu.
Confrontado com o facto de ser "desconhecido" da maioria dos eleitores, o candidato afirmou que as pessoas já o começam a conhecer.
"Não sou muito complicado de as pessoas me conhecerem. O que eu digo é o que eu penso, é o que eu faço, é o que eu sou. E, nesse sentido, basta as pessoas ouvirem-me para perceberem o que é que esta candidatura poderá significar", explicou, acrescentando que o eixo da sua ação enquanto Presidente da República "será sempre o de devolver o poder ao seu dono, que é o cidadão".
Sobre o mesmo tema, Mayan acrescentou que os portugueses estão, neste momento, "limitadíssimos nas suas capacidades de escolha, nas suas capacidades de tomar decisões, nas suas capacidades de agir, por um Estado que ou bloqueia as suas capacidades de escolha, ou prende os cidadãos em teias burocráticas, em carga fiscal pesadíssima".
Quanto ao atual Executivo, o candidato disse que "vemos uma deriva cada vez mais autoritária, um Governo que está desgovernado e que tem um Presidente que não lhe põe a mão" e que até, defendeu Mayan, tem "derivas autoritárias de ataque aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, como é o caso do Estado de Emergência e situações prévias ao Estado de Emergência".
Questionado sobre o que é que fazia diferente como Presidente da República se enfrentasse uma pandemia como a Covid-19, o candidato do Iniciativa Liberal sublinhou que um "Estado de Emergência não é só um estado de ligado ou desligado" é, segundo Mayan, "depois definido por um conjunto de linhas e de definições do que se vai limitar e o que nunca vimos na Iniciativa Liberal foi medidas que tivessem algum tipo de fundamento ou justificação".
"Um Presidente quando pondera decretar um Estado de Emergência tem de ter muito presente que um Estado de Emergência destina-se a garantir o quadro em que se vão poder manter os direitos, liberdades e garantias num contexto de emergência", atirou, frisando que "o foco numa questão de emergência de saúde pública devem ser medidas de saúde pública".
Já sobre Marcelo Rebelo de Sousa, Mayan reiterou que acha que este não é um "Presidente a sério" por diversas razões como "Pedrógão, Tancos, lar de Reguegos de Monsaraz, o 'milagre' português". "São tudo questões que representam um eixo de ação do atual Presidente da República que é o de colaboracionismo com este Governo".
"Um Presidente a sério devia garantir, por exemplo, que um Governo não se imiscui na capacidade de escrutínio da Assembleia da República, que foi o que vimos naquelas negociações de bastidores para terminar com os debates quinzenais. Um Presidente a sério deveria garantir que portas giratórias de um ministro das Finanças para governador do Banco de Portugal não aconteçam", atirou, acrescentando que Marcelo serve muitas vezes de "porta-voz da narrativa do Governo".
"O Iniciativa Liberal não tem nada a ver com o Chega"
Sobre os acordos que a Iniciativa Liberal fez, assim como o Chega, com o PSD, CDS e PPM, de forma a viabilizar um governo de Direita nos Açores, Tiago Mayan Gonçalves afasta a ideia de o partido que representa nas eleições presidenciais se ter "encostado" ao partido liderado por André Ventura.
"O Iniciativa Liberal não tem nada a ver com o Chega. O que a Iniciativa Liberal é aqui no Continente e lá nos Açores é oposição. Seria com um governo socialista e é com este. É uma oposição, tendo em conta uma negociação feita com o líder de uma coligação. Não tivemos em mais nenhuma negociação", afiançou, acrescentando que a Iniciativa Liberal será oposição "a tudo o resto, nomeadamente ao que ataca os nossos valores e, da parte do Chega, ou pelo menos do seu líder, do que vemos formulado há muito com o qual discordamos".
Antes de terminar a entrevista, Mayan garantiu que "a Iniciativa Liberal não estabeleceu como prioridade do seu programa um processo de revisão constitucional".
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