"Estabilizado que está o quadro dos candidatos à Presidência da República, importará a cada um dos eleitores aferir daquilo que para si é mais importante no exercício da mais alta magistratura nacional.

É exatamente essa análise que me leva a votar em Ana Gomes, nas eleições de janeiro próximo.

Enquanto militante e dirigente do Partido Socialista, embora discordando da forma como foi sendo gerida a decisão do PS, o que acabou por levar à inevitabilidade do PS ter decidido não manifestar apoio a qualquer dos candidatos, o seu entendimento relativamente às eleições presidenciais, teria, obviamente, de ser considerada, não sendo, todavia, determinante para a minha posição pessoal.

A escolha que fiz quanto ao meu voto em janeiro não pôde assentar exclusivamente na avaliação do mandato do ainda não, mas quase recandidato e atual Presidente, pela simples inexistência de fator comparativo entre os candidatos, por isso defini como primordial aquilo que cada candidato representa para mim na sociedade.

Haverá coisas que me afastam de Ana Gomes? Certamente. Afastam-me algumas reações epidérmicas da candidata relativamente a questões por vezes mais complexas do que aparentam. No entanto, muitas mais me aproximarão.

Desde logo, a defesa intransigente da humanidade, dos direitos universais do Homem, da dignidade da pessoa humana e da democracia. Tem sido essa a luta de uma vida, enquanto embaixadora e eurodeputada, quer seja em Timor, em Malta ou na Etiópia.

A sua coragem e desassombro em colocar o “dedo na ferida” que trespassa a nossa sociedade. Ana Gomes não tem qualquer problema em dizer coisas das quais, por serem incómodas para alguns, a maioria dos políticos da nossa praça foge como “diabo foge da cruz”.

E por fim a sua convicção profunda no socialismo democrático e no que o mesmo representa como forma de superação das desigualdades sociais que teimam em persistir, mesmo no Século XXI.

Ana Gomes está do lado certo da História, acredita nos valores que permitem tornar o mundo e o país melhor do que o que são. Quer seja na luta pelos direitos fundamentais de cada pessoa, quer seja na luta por uma sociedade mais justa e com maior equidade.

Saber que existe uma candidatura no seio da “minha família política” que tenha o coração a bater bem na esquerda e que o assuma sem tibiezas são razões mais que suficientes para ter o meu voto".

Pedro Vaz, dirigente do PS