Recolher ao fim de semana? "Poderá gerar concentrações de manhã"
Paulo Portas deixou também várias críticas ao Governo, por não ter planeado com tempo o combate esta nova vaga da pandemia no país.
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Política Paulo Portas
Paulo Portas concordou com algumas "medidas óbvias" decretadas pelo Governo para combater a Covid-19, mas defendeu que as restrições impostas a partir de hoje pela entrada em vigor do novo Estado de Emergência pecam por tardias.
"Porquê só agora? Isto devia ter sido planeado. Quando desconfinámos da primeira vez, a coisa já não correu bem, em junho e julho, e depois quando se preparou o inverno não se acreditou que existisse uma nova vaga", criticou o ex-líder do CDS, na noite deste domingo, no seu espaço de comentário na TVI.
E acrescentou: "O erro no desconhecido eu aceito, errar por falta de planeamento acho que é menos perdoável".
Manifestando-se a favor do recolher obrigatório durante o período noturno, Paulo Portas destacou que, contudo, durante o fim de semana teria sido melhor optar por um regime intermitente.
"Isto [recolher obrigatório a partir das 13h ao fim de semana] vai gerar provavelmente grandes concentrações de manhã. E, portanto, pode não interromper a transmissão de contágios. A não ser que os portugueses se contenham como já mostraram ser capazes de fazer", denotou.
Ainda sobre o regresso do Estado de Emergência, o antigo ministro considerou que este será "catastrófico" para a restauração e comércio e alertou: "Se não há um apoio rápido e sem burocracias, que aguente este Estado de Emergência, penso que muita gente pode ficar pelo caminho".
Sublinhando que toda a Europa está a sofrer bastante, Paulo Portas referiu ainda que "o que é mais preocupante em Portugal" é que "já estamos muito provavelmente com uma taxa de testes positivos acima dos 10% próxima dos 12%", quando "a taxa razoável para gerir uma situação destas anda à volta de 4%".
Frisando que o país está a "a chegar ao ponto crítico", o comentador voltou a criticar: "É absolutamente extraordinário estarmos a esta distância de o sistema (de saúde) dar de si e não termos ainda um acordo quadro com todas as forças do sistema de saúde em Portugal".
"Não há o direito de submeter o Serviço Nacional de Saúde a uma espécie de stress teste ideológico para ver se se aguenta sozinho. Há uma coisa chamada direito constitucional à saúde e isso prevalece", argumentou.
Portugal encontra-se, desde as 00h00, em Estado de Emergência até 23 de novembro para combater a pandemia de Covid-19, impondo entre outras medidas o recolher obrigatório noturno em 121 concelhos com mais casos de infeção.
Esta medida de proibição de circulação na via pública entre as 23h00 e as 5h00 em dias de semana e nos próximos dois fins de semana a partir das 13h00 é aplicada nos 121 concelhos considerados de risco elevado de transmissão da Covid-19. Entre estes municípios, que abrangem 70% da população residente, incluem-se todos os concelhos das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto.
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