PCP desafia Governo a renacionalizar os CTT

O secretário-geral do PCP desafiou hoje o Governo a responder "à chantagem" do "grupo Champalimaud", retirar-lhe a concessão do serviço postal e renacionalizar os CTT.

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© Global Imagens

Lusa
30/10/2020 17:17 ‧ 30/10/2020 por Lusa

Política

PCP

A proposta foi feita por Jerónimo de Sousa depois de estar a ouvir, durante mais de uma hora, dirigentes sindicais e representantes dos trabalhadores da empresa traçarem um cenário de atrasos e dificuldades nos CTT e criticarem a distribuição de dividendos de 342 milhões de euros nos últimos anos.

Depois de um ataque ao Governo PSD/CDS pela privatização, o líder comunista atacou a "política de direita" do PS de nada responder ao que considerou "chantagem" da empresa de "abandonar o serviço postal" se o Estado não pagar mais pelo serviço postal, referindo-se a uma notícia do semanário Expresso, no sábado.

A resposta é, afirmou, "avançar para a recuperação do controlo público dos CTT", como o PCP propôs há uma semana, no parlamento, e PS e a direita "chumbaram".

O executivo do PS poderia responder a este desafio até 06 de novembro, quando se assinalam os 500 anos da fundação do serviço publico de correios em Portugal ou aprovando uma proposta feita pela bancada comunista de renacionalização da empresa.

A proposta tem, segundo Jerónimo, duas leituras possíveis.

Primeiro, assinalar "a prioridade" dada à "garantia de ter nas mãos do Estado" as "empresas e setores estratégicos" à economia e desenvolvimento do país e "sinalizar o quão distante está o Orçamento do Estado [de 2021] de "responder aos problemas estruturais" nacionais.

O secretário-geral do PCP criticou o executivo pela sua passividade quanto à degradação dos serviços das empresas, que resultaram num "aumento das reclamações e denuncias das populações e muitos autarcas e dos sucessivos alertas das organizações representativas dos trabalhadores e até da ANACOM".

E acusou a administração dos CTT de fazerem "o mal e a caramunha", de ter deixado degradar os serviços e agora "ameaçou o Estado que ou este lhe paga para prestar um serviço em ainda piores condições" ou abandona "o serviço postal".

O Estado, concluiu, "não pode aceitar passar a pagar a uma empresa privada um serviço que quando era público dava lucro".

"Acima de tudo, o Estado português não pode aceitar ser chantageado", disse. 

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