BE e PS em "divórcio". Vital Moreira acusa Bloco de "cinismo oportunista"
Ex-eurodeputado socialista comenta o confronto entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista sobre o Orçamento do Estado para 2021, considerando que "tudo indica que o namoro de quatro anos, em tempos de 'vacas gordas', deu em divórcio litigioso e insidioso, quando a crise começou a morder a sério".
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Política OE2021
Vital Moreira dedica esta quarta-feira um texto, no blogue Causa Nossa, àquilo que considera ser o "divórcio" entre o PS e o BE, depois de os bloquistas terem anunciado que votariam contra a proposta de Orçamento do Estado para 2021 do Governo.
"O cinismo oportunista com que o Bloco decidiu votar contra o orçamento, apesar de todas as importantes concessões que obtivera do Governo do PS, não revela somente a incontornável leviandade política da agremiação esquerdista", critica o constitucionalista, considerando que, desta forma, o Bloco desfaz "um momento de ilusão, que muitos alimentaram".
"Ao mostrar que não é 'tábua de sustentar prego' e que pode convergir friamente com a direita num momento difícil do governo socialista (e do País), o Bloco desfaz num momento a ilusão, que muitos alimentaram, em 2015, no advento de uma nova era de alianças privilegiadas do PS com as forças à sua esquerda no parlamento, para além do tradicional 'arco da governação'".
Perante este quadro, Vital Moreira entende que a 'parceria' entre BE e PS chegou ao fim, tendo vingado apenas em "tempos de 'vacas gordas'": "Tudo indica que o namoro de quatro anos, em tempos de 'vacas gordas', deu em divórcio litigioso e insidioso, quando a crise começou a morder a sério", disse, lembrando que nunca acreditou na "metamorfose do Bloco em força política de vocação governamental, por incompatível com o seu ADN hostil à economia de mercado e à responsabilidade orçamental".
Vital Moreira defende, por fim, que tendo o Bloco rejeitado qualquer acordo para viabilizar o orçamento e tendo mesmo decidido votar contra, o Governo devia retirar da proposta todas as concessões que tinha feito aos bloquistas.
Quanto ao PCP, que se vai abster na votação do OE na generalidade, o ex-eurodeputado observa que "os comunistas já declararam reiteradamente que excluem qualquer acordo de legislatura com os socialistas", que "não basta a sua abstenção para sustentar o Governo, como se verifica nesta ocorrência da votação do orçamento" e, sobretudo, que o "PCP parece ter entrado numa fase mais acentuada de declínio".
Depois da aprovação na generalidade esta quarta-feira, o Orçamento do Estado para 2021 será debatido na especialidade a partir de quinta-feira, devendo as propostas de alteração entrar até ao dia 13 de novembro. O documento será sujeito a votação final global no dia 26 de novembro.
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