Rui Moreira critica lotação no GP de Portugal. "É uma falta de respeito"
O presidente da Câmara do Porto criticou os que não cumpriram as medidas que visam evitar a propagação da pandemia da Covid-19, mas também a DGS. "Estes paradoxos fazem com que os portugueses percam a confiança nas instituições", avisou.
© Global Imagens
Política Covid-19
O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, criticou, este sábado, nas redes sociais, a Direção-Geral da Saúde (DGS) pelo número de espetadores autorizados no Grande Prémio de Portugal da Fórmula 1 e os portugueses que foram assistir ao evento, sem cumprir a distância social recomendada e sem usar máscaras faciais de proteção contra a Covid-19.
De acordo com o autarca, estas atitudes mostram um desrespeito para com os profissionais de saúde e uma incoerência face às medidas aplicadas a outras atividades sociais e desportivas.
Perante isso, diz Rui Moreira, não se pode calar, se não seria cúmplice.
“Esta imagem [fotografia que mostra espetadores do evento sem distância e sem máscara] é uma falta de respeito para todos os que estão a salvar vidas, nos hospitais e fora deles. Mas, o pior e o mais crítico é que muitas das pessoas que ali estão vão ser elas próprias a agravar a sobrecarga [do SNS]. A DGS, devia, por isso, ter cuidado. Não deixa mais de 1.500 pessoas estarem num estádio, ao ar livre, a ver futebol, não permite pequenos eventos organizados pelas autarquias, mas deixa que 27.500 pessoas estejam em cima uma das outras a ver a F1”, atira o presidente da Invicta.
“Estes paradoxos”, realça Rui Moreira no Facebook, “fazem com que os portugueses percam a confiança nas instituições. Numa altura em que essa confiança é crucial para que todos se sintam motivados e se empenhem”.
“Se a DGS já andava em crise de credibilidade – desde as máscaras, desde ‘o milagre português’, desde a questão do patriotismo estatístico, com a escalada sem controlo dos números e a falta de coordenação na saúde pública – agora, com esta decisão e esta evidência, só ajuda o país a suspeitar que estamos mal entregues e com pouca sorte”, sublinha o autarca.
Antes de terminar, Rui Moreira admite que “não é fácil decidir perante o desconhecido” e garante que não questiona “o empenho e as boas intenções”, mas não concorda com este tipo de opções e medidas.
“Resta-nos ter bom senso, cumpre-nos a todos, individual e coletivamente, agir com prudência. Entender as fragilidades, conviver com as dúvidas e angústias, mas não calar o que nos vai na consciência”, conclui.
Recorde-se que, este sábado, foram captadas imagens televisivas e fotografias, que mostram bancadas repletas de público, com falta de distanciamento social, e algumas pessoas sem máscara, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, onde se está a realizar o Grande Prémio de Portugal da Fórmula 1.
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