"O que abunda para cidades favoritas do poder escasseia para as demais"
Vital Moreira critica a dimensão do orçamento do investimento público nas duas principais cidades do país: Lisboa e Porto.
© Global Imagens
Política Vital Moreira
O constitucionalista Vital Moreira comenta o plano do Governo para os transportes públicos (dois milhões de euros para os metropolitanos de Lisboa e do Porto), apontando que o Estado "insiste em fazer o País todo pagar os transportes locais das duas principais cidades" que, no entender do ex-eurodeputado, "deviam ser de responsabilidade municipal ou intermunicipal, segundo um elementar princípio de descentralização territorial e de 'federalismo' financeiro".
Para Vital, há um fator a pesar na diferença entre estas duas cidades e o resto do país. "É evidente que é nessas duas cidades que estão os eleitores (somente à sua conta, elegem mais do que 80 deputados) e que no próximo ano vai haver eleições municipais", assinala num texto de opinião publicado no blogue Causa Nossa.
O constitucionalista dá o exemplo de Coimbra, cidade que "continua a ver adiados alguns investimentos estruturais, em alguns casos desde há décadas, como a estação ferroviária, a nova Maternidade, a nova Penitenciária e o novo tribunal", enquanto "a cornucópia do orçamento despeja investimento público do Estado nas duas principais cidades". Assim, conclui: "O que abunda para as cidades favoritas do poder escasseia para as demais".
Vital Moreira diz ainda que o que "surpreende" é o "gritante silêncio dos deputados por Coimbra e do próprio município. "A solidariedade partidária não pode justificar tudo", atira.
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