João Soares sobre Duarte Lima. "Acusação deixa-me perplexo"
O ex-ministro da Cultura recorda que conheceu o adversário político "enquanto poderoso e influente líder parlamentar do PSD em São Bento".
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Política João Soares
O antigo ministro e antigo deputado socialista João Soares reagiu, esta quarta-feira, à notícia de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou ter recebido o processo-crime investigado no Brasil que o ex-deputado do PSD Duarte Lima foi acusado pelo homicídio da portuguesa Rosalina Ribeiro.
"Confesso não sendo, passe a imodéstia, nem ingénuo nem idiota, esta acusação deixa-me perplexo. Terá sido possível?", começou por dizer o ex-titular da pasta da Cultura numa mensagem partilhada na sua página de Facebook.
Recordando o adversário político, João Soares apontou ter conhecido Duarte Lima "enquanto poderoso e influente líder parlamentar do PSD em São Bento": um homem "inteligente e culto".
Contudo, quando Duarte Lima sofreu de cancro, João Soares desenvolveu uma grande "consideração e estima" pelo social-democrata após visitá-lo a uma "unidade de isolamento absoluto do Instituto Português de Oncologia (IPO)".
"Impressionou-me então a sua coragem e determinação em vencer a batalha da saúde. Que me pareceu perdida a mim, leigo em medicina que sou. Venceu-a. E depois?", atirou, por fim, o ex-ministro.
Duarte Lima foi acusado no Brasil do homicídio de Rosalina Ribeiro, secretária e companheira do milionário português Tomé Feteira. Os factos remontam a 2009, altura em que Rosalina Ribeiro, que tinha como advogado Duarte Lima no processo de herança de Tomé Feteira, foi morta a tiro, tendo o corpo sido encontrado na berma de uma estrada em Maricá, nos arredores do Rio de Janeiro.
Em Portugal, Duarte Lima chegou a ser acusado e julgado por abuso de confiança por alegadamente se ter apropriado ilicitamente de cerca de cinco milhões de euros que pertenciam a Rosalina Ribeiro e que teriam sido depositados numa conta bancária do antigo deputado e advogado por forma a ocultar a fortuna dos restantes herdeiros de Tomé Feteira. Duarte Lima encontra-se atualmente a cumprir pena de prisão por burla e branqueamento de capitais no âmbito do caso Homeland, relacionado com um negócio realizado em 2007 em que Duarte Lima foi condenado a seis anos de prisão por ter desviado fundos do BPN através de uma burla aos proprietários de terrenos onde deveria ter sido construída a nova sede do IPO.
A notícia da chegada a Portugal do processo-crime instruído no Brasil contra Duarte Lima foi avançada pela SIC, que refere que cabe agora à ministra da Justiça decidir se o pedido para que o caso seja julgado em Portugal é admissível e depois enviá-lo ao tribunal competente de julgamento.
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