"Quero que esta manifestação passe uma mensagem decisiva: não temos medo de ir às terras das minorias e dos comunistas dizer o que pensamos. Esta manifestação terá um foco especial na etnia cigana apenas porque em Évora é um problema relevante", disse à agência Lusa o presidente do partido nacional populista, André Ventura.
Segundo o deputado único do Chega, haverá cartazes com a inscrição: "os ciganos também têm de cumprir a lei".
O desfile sob o lema "contra a hipocrisia do racismo para esconder a corrupção" está previsto para as 19:30, desde a porta da Lagoa até à praça do Giraldo.
O Chega afirma ter feito exposições ao Ministério da Administração Interna (MAI), Câmara Municipal de Évora, Comando Metropolitano da PSP e Serviços de Informação e Segurança (SIS), alertando para uma eventual "enorme perturbação de ordem pública, que as autoridades não deverão permitir".
Os parceiros europeus do partido terão informado que "'antifas' estrangeiros e membros de grupos internacionais libertários estão a cruzar a fronteira portuguesa para se juntar à contramanifestação".
"O cruzamento de duas manifestações na mesma cidade e praticamente no mesmo contexto temporal é suscetível de desencadear uma situação de violência e desacatos", queixou-se o Chega às autoridades.
Por seu turno, "a Frente Unitária Antifascista (FUA) não só apoia, como irá participar nessa concentração e apela à mobilização de todos para participarem neste ato popular de repúdio ao ódio e à extrema direita".
"Contra o fascismo, marchemos sobre Évora em solidariedade e apoio ao povo alentejano que tão bem lhe soube resistir. Sexta-feira, Portugal junta-se em Évora, para fazer ouvir numa só voz: Não passarão!", lê-se em comunicado da FUA.
O ajuntamento antifascista em Évora está marcada para as 17:00, igualmente na praça do Giraldo com o mote "concentração pela liberdade", promovida por um grupo de cidadãos através da rede social Facebook, na página "Évora Cidade Livre".