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"Está-se a premiar as empresas que não respeitam quem trabalha"

Catarina Martins defendeu esta quinta-feira que as empresas ajudadas pelo Estado não devem poder despedir trabalhadores, assim como não o devem fazer as empresas que têm lucro.

"Está-se a premiar as empresas que não respeitam quem trabalha"
Notícias ao Minuto

22:44 - 10/09/20 por Melissa Lopes

Política Bloco de Esquerda

A coordenadora do Bloco de Esquerda considera que despedir trabalhadores em Portugal "ficou barato", o que significa que para "muitas empresas, hoje, compensa-lhes fechar e despedir e depois abrir daí a uns dois meses", do que manter o emprego com a sua responsabilidade social. 

"Quantas pessoas que entregaram a sua vida àquele emprego, que todos os dias trabalharam, foram para o olho da rua com pouco mais de nada, num verdadeiro assalto a quem entregou a sua vida ao trabalho?", questionou Catarina Martins, numa apresentação sobre medidas para a crise, uma iniciativa do partido que decorre na noite desta quinta-feira na Casa do Alentejo, em Lisboa. 

Catarina Martins sustentou a sua posição apontando as alterações "brutais" verificadas ao longo dos últimos anos em matéria de indemnizações. "Até 2012, uma pessoa tinha direito a 30 dias de salário por cada ano que tinha trabalhado. Hoje são 12, menos de metade. Nos contratos a prazo, paga-se o equivalente a 36 dias a 24 dias anos, dependendo do tipo de contrato. Agora, 18 a 12 dias", demonstrou. 

Esta alteração, apontou a bloquista, "tem dois efeitos perversos": "Tornou barato os despedir e tornou barato ter contratos a prazo. No fim do prazo, a indemnização é muito pequena", constatou, concluindo assim que se está "a premiar as empresas que não respeitam quem trabalha". 

Catarina Martins abordou, neste sentido, uma proposta já apresentada pelo Bloco de Esquerda. "As empresas que têm lucro, ou que têm apoio, não devem poder despedir".

"Se uma empresa tem apoio do Estado, o apoio do Estado só tem sentido porque é para manter emprego, o salário e para responder ao povo. Se recebe o apoio público não deve poder despedir", defendeu. No caso de uma empresa que tem lucros, que continua a ter lucros com a crise, esta também não deve poder despedir "porque tem a responsabilidade social" de manter os empregos. 

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