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"Pandemia fez bem ao Governo", mas fim de debates "é um abuso"

Luís Marques Mendes comentou, este domingo, a decisão de acabar com os debates quinzenais, passando a bimestrais, e as últimas sondagens aos partidos.

"Pandemia fez bem ao Governo", mas fim de debates "é um abuso"

O antigo líder social-democrata acredita que a vantagem dada ao PS nas últimas sondagens feitas aos partidos são "um atestado de menoridade à oposição". "Os portugueses acham que se a oposição estivesse no Governo não fazia melhor do que o Governo de António Costa" e "isto é a pior coisa que podia acontecer à oposição. Os portugueses passaram um atestado de menoridade à oposição", disse, este domingo, no seu espaço de comentário na antena da SIC.

Neste sentido, prosseguiu Luís Marques Mendes, "o Governo está em alta", depois do escrutínio público que coloca o "PS no limiar da maioria absoluta".

"A pandemia fez mal a toda a gente, mas fez bem ao Governo. Foi o grande beneficiário da pandemia, estava desgastado, parecia que tinha saído morto das eleições. De repente cresceu, a pandemia e a gestão da pandemia permitiu-lhe crescer", sustentou.

Marques Mendes fez ainda um comentário sobre a alteração de regimento que acabou com os debates quinzenais com o primeiro-ministro, tornando a sua presença obrigatória apenas de dois em dois meses, modelo aprovado pelo PS e pelo PSD, e com votos contra dos restantes partidos. No entender do social-democrata "saem todos enfraquecidos, sobretudo a democracia e os portugueses".

"Acho que isto é um abuso", diz o conselheiro de Estado, explicando que se o "PS e PSD, que são os responsáveis, tivessem seriedade na forma de fazer as coisas, tinham dito aos portugueses" que esta era a sua intenção, "antes das eleições". "Assim decidiram, objetivamente, nas costas das pessoas, acho que isto não é sério, não é correto".

Para além de um "abuso", Marques Mendes classifica a decisão como "um absurdo completo". "Qual é uma das tarefas fundamentais de um Parlamento em qualquer parte do mundo? É fiscalizar o Governo. Então o Parlamento está a abdicar de instrumentos para fiscalizar e para escrutinar o Governo? Em tempo de crise? Com tanto dinheiro que há para aplicar?", questiona.

Uma crítica que recai, de forma particular, sobre a oposição. "A tarefa da oposição é fiscalizar e confrontar o Governo, fazer perguntas, exigir explicações. A oposição está a abdicar de um instrumento importante que tem, a bem da democracia".

Marques Mendes sublinha, ainda, que as justificações dadas "são desculpas esfarrapadas", mesmo considerando que irão mais ministros ao Parlamento. "Nunca se substituiu um debate com o primeiro-ministro. Os ministros são nomeados hoje e desnomeados amanhã. Mas verdadeiramente quem representa o Governo, quem vai a votos, quem define a politica do Governo é o primeiro-ministro e tem de ser escrutinado".

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