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"Se o Estado da Nação é preocupante, o estado da democracia é bem pior"

O CDS-PP defendeu hoje que, "se o estado da nação é preocupante, o estado da democracia é bem pior", considerando que caiu sobre a política "um gigantesco monólito" que esmagou "o regime e os direitos" de fiscalização parlamentar.

"Se o Estado da Nação é preocupante, o estado da democracia é bem pior"
Notícias ao Minuto

13:38 - 24/07/20 por Lusa

Política Estado da Nação

Na intervenção de fundo no debate sobre o estado da nação, que decorre na Assembleia da República, em Lisboa, o líder parlamentar do CDS, Telmo Correia, recorreu à ironia, começando por cumprimentar os membros do Governo presentes no hemiciclo, os quais já não via "há uns meses", e agradeceu a "disponibilidade" do primeiro-ministro em "passar uma manhã" no parlamento, "prescindindo de ir trabalhar, como diria o doutor Rui Rio".

No final do discurso voltou à carga: "Senhor primeiro-ministro, até daqui a uns meses, quando tiver disponibilidade".

O deputado assinalou que PS e PSD deram "um golpe fatal no papel do parlamento e no parlamentarismo" como "tem sido praticado desde de 2007", ao aprovar o fim dos debates quinzenais.

Na ótica de Telmo Correia, ao definir um maior espaçamento temporal entre debates com o primeiro-ministro, o parlamento fez "um enorme favor" ao populismo, quando o objetivo era precisamente combatê-lo.

Além disto, o CDS criticou igualmente a limitação à "participação dos partidos da oposição", bem como aos "direitos dos cidadãos" com as petições que podem chegar ao parlamento e disse que o "bloco central" "atacou as candidaturas independentes às autarquias locais".

Também a redução dos debates europeus foi criticada pelo centrista, ao observar que acontece "precisamente quando são anunciados milhares de milhões de fundos europeus", que os democratas-cristãos esperam que "cheguem rapidamente a quem produz e cria emprego".

"É como se, de um momento para o outro, se tivesse abatido sobre a política portuguesa um gigantesco monólito, esmagando o regimento e os direitos parlamentares de fiscalização do Governo", salientou Telmo Correia.

O líder parlamentar do CDS afirmou também que esse "monólito parece ter soterrado a geringonça", considerando que "não é certo que esta se venha a integrar ou a sujeitar a este novo sistema de maciço central e rochoso, apesar do piscar de olho de hoje", por parte do primeiro-ministro, que "está cada vez mais sozinho e isolado" no topo.

O deputado voltou a criticar o que considerou ser "unanimismo pandémico" entre os vários partidos, apontando que se aproxima do "presidencialismo do primeiro-ministro, na célebre expressão de Adriano Moreira".

"Que forma mais sinistra, literalmente de terminarmos o ano político", frisou.

O líder parlamentar do CDS defendeu que "o estado da nação é também marcado pelo estado de uma justiça lenta e tardia, que perdeu a confiança dos cidadãos", por um Governo "que não está à altura das reformas e dos investimentos necessários", e pela falta de solução para as forças de segurança que "são esquecidas e sistematicamente agredidas, sem que isso seja preocupação".

No que toca ao combate à pandemia, o CDS frisou que "o povo foi mais sagaz do que quem governa" e que "falta agora avaliar as consequência de tudo o que ficou para trás ou foi adiado, e o necessário reforço do Serviço Nacional de Saúde".

O partido criticou ainda "a retórica ideológica, socialista e estatista dos 'donos do Estado'" e o recurso à "propaganda sem freio, sem limites", que "teve a sua expressão mais alta na tese defendida pelo primeiro-ministro do suposto 'milagre português'"

"Passámos de exemplo, a mau exemplo", uma vez que o país desconfinou sem as "cautelas que se impunham" e ao mesmo tempo que se viam "as figuras de estado sempre de manhã a caminho de uma praia ou de um concerto à noite, passando a ideia exagerada de que tudo já tinha passado", acrescentou Telmo Correia, criticando que isso tenha acontecido "sob o espírito colaborador do maior partido da oposição, e o silêncio dos parceiros da geringonça".

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