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BE espera que PM reconheça erro de recusar acordo sobre direitos laborais

A coordenadora bloquista avisou hoje que perante a atual crise há erros a evitar e lições a respeitar, considerando que o primeiro-ministro talvez reconheça que foi errado recusar um acordo com o BE para recuperar direitos do trabalho.

BE espera que PM reconheça erro de recusar acordo sobre direitos laborais
Notícias ao Minuto

13:17 - 24/07/20 por Lusa

Política Estado da Nação

Na intervenção de fundo, desde o púlpito, no debate parlamentar do estado da nação, a líder do BE, Catarina Martins, considerou que a crise provocada pela pandemia "não é uma crise simétrica, como nenhuma é", nem sequer "uma crise passageira".

"Face à enorme dificuldade que vivemos, há erros que não podemos cometer e lições que devemos respeitar", defendeu.

Para explicar uma das lições que não pode ser esquecida, Catarina Martins recorreu às palavras do próprio primeiro-ministro, António Costa, no início do mês na Cimeira Global da Organização Internacional do Trabalho sobre o impacto da covid-19 no mundo laboral: "Esta crise pôs em evidência as fraturas profundas da nossa sociedade e o preço que pagamos pela excessiva desregulação de tudo aquilo a que nos habituamos a chamar de mercado de trabalho".

De acordo com a líder do BE, António Costa foi mais longe e deixou claro que "deixar desprotegidos em tempos de prosperidade é deixar absolutamente sem proteção em tempos de crise".

"Talvez agora António Costa reconheça o erro que fez, no início desta legislatura, ao recusar um acordo com o Bloco de Esquerda para recuperar direitos do trabalho. Afinal o Bloco nunca colocou pré-condições inaceitáveis, mas convocou sim a um caminho imprescindível de defesa de quem trabalha. Não podemos esperar mais", sublinhou.

As outras duas lições que devem ser respeitadas nesta crise, na perspetiva de Catarina Martins, é que "os serviços públicos são a primeira linha de resposta à pandemia" e "a debilidade estrutural" da economia portuguesa.

Mas antes das lições, a coordenadora do BE elencou os erros que considera que não podem ser cometidos.

"O primeiro erro é ficar à espera que a crise passe ou confiar que outros - a União Europeia, desde logo - tomarão as decisões necessárias. A recessão não é uma possibilidade, é uma certeza e será tanto mais profunda quanto mais tarde se agir na proteção dos rendimentos do trabalho, no apoio aos que tudo perderam, na defesa da capacidade produtiva do país", defendeu.

O segundo erro, continuou Catarina Martins, "é ignorar a dimensão da crise e não preparar já o país para um período prolongado de pandemia", sendo o planeamento essencial.

"Por fim, o terceiro erro, que é também uma tentação: anunciar falsas soluções ou vitórias e esconder as dificuldades. O acordo europeu não é uma salvação nem mesmo uma conquista. É ainda, em grande medida, uma incógnita. Com alguns avanços, alguns recuos e muitos impasses e tempos longos", criticou.

Para a líder do BE "uma das maiores debilidades estruturais" de Portugal é "a constante proclamação das prioridades sem a coragem dos passos que as concretizem".

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