Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 15º MÁX 23º

Frugais? "Muitos países estão num fato que já não serve, passou de moda"

António Costa quer um acordo que não se fique pela "ilusão" e que "responda às necessidades efetivas", mesmo que assumindo que possa existir alguma espécie de corte à proposta inicial.

Frugais? "Muitos países estão num fato que já não serve, passou de moda"
Notícias ao Minuto

10:43 - 19/07/20 por Anabela Sousa Dantas

Política Cimeira

O primeiro-ministro português quer uma resposta "robusta e rápida" para aquela que é uma "crise de dimensão extraordinária" e não compreende as reticências de alguns países. "É incompreensível a dificuldade das lideranças europeias em chegar a um acordo rápido", disse António Costa aos jornalistas, em Bruxelas, antes do reinício do terceiro dia de negociações da cimeira extraordinária de chefes de Governo e de Estado da União Europeia.

O chefe de Governo listou os números do desemprego e as dificuldades das empresas para sublinhar que "a resposta tem que estar à altura desta crise, que é enorme". "Não estamos a negociar mais milhão menos milhão, não é isso que está em causa", disse, explicando que a preocupação é a resposta a longo prazo.

Quando questionado sobre a redução na proposta inicial da Comissão Europeia, Costa explicou que "é possível conseguir alguma redução sem atingir os envelopes nacionais" mas que "mais importante é saber se saímos com um instrumento que depois já não tem capacidade para responder às necessidades efetivas" - o que seria "algo muito perigoso, uma ilusão para os europeus".

Costa admite, assim,  que possa existir alguma redução em relação à proposta inicial do orçamento da União, mas atentando à necessidade dos países. "Ninguém sabe se já estamos a meio ou se ainda estamos no princípio. Temos que desejar o melhor, mas temos de nos prevenir para o pior", disse.

Um dos principais obstáculos a um acordo a 27 tem sido, de acordo com fontes europeias, as reticências de alguns países, autodenominados de 'frugais', como a Holanda, Áustria, Suécia, Dinamarca e até Finlândia. António Costa, indagado sobre as posições destes países, que são pertencentes a um projeto comunitário, respondeu que há uma "razão mais profunda" que seria difícil de explicar rapidamente, mas que assenta em "visões profundamente distintas do que é a União Europeia".

"Hoje, os governos já não são os mesmos dos que eram quando se constituiu a União, as situações políticas em muitos países já não são as mesmas do que quando se constituiu a União. O espírito mudou muito e nós temos agora muitas vezes, isso é o que eu sinto, muitos países que estão num fato que já não lhes é confortável. Sabe como é, quando uma pessoa compra um fato, depois engorda, e o fato deixa de servir, ou passa de moda", comentou, usando da comparação para falar de um "espírito que já não é partilhado por todos" e apontando uma "visão utilitarista" do projeto europeu.

"Portanto, hoje há muitas formas diferentes de estar aqui na União, e isso condiciona a visão global que há", disse.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório