Governo terá de tirar "ilações" se não houver acordo no Conselho Europeu
O presidente do CDS-PP considerou hoje que, se não sair do Conselho Europeu um acordo sobre o Fundo de Recuperação, o Governo português deverá "tirar as suas ilações e assumir responsabilidades", porque o país está dependente desses apoios.
© Francisco Rodrigues dos Santos
Política CDS
"Se não acontecer eu acho que o Governo também tem de tirar as suas ilações e assumir as suas responsabilidades, porque criou a expectativa em todos os portugueses que a resposta da União Europeia será fundamental para superarmos este período, este quadro de agravamento da situação económica e social do país", disse Francisco Rodrigues dos Santos aos jornalistas.
O líder do CDS-PP, acompanhado por vários dirigentes e autarcas do CDS-PP, reuniu-se hoje com um representante dos comerciantes da baixa de Lisboa, pediu ao Governo que faça "voz grossa junto das instâncias europeias porque foi isso que se comprometeu com os portugueses" e porque o país depende "muito da ajuda europeia que poderá chegar".
"Este orçamento retificativo é o instrumento de mão estendida à espera dos dinheiros que vamos receber de Bruxelas, há 15 mil milhões de euros que esperamos receber a fundo perdido que têm que ser injetados na nossa economia", salientou Rodrigues dos Santos, insistindo numa "postura firme, assertiva" por parte do primeiro-ministro na reunião com os homólogos.
Na ótica do presidente do CDS, "Portugal corre o sério risco de encetar um conjunto descontrolado de insolvências que vai colocar milhões de portugueses no desemprego e que depois terá um custo bastante agravado nos cofres da tesouraria do Estado português a nível de contribuições sociais", nomeadamente subsídios de desemprego, pelo que pediu que os apoios sejam injetados prontamente na economia e nas empresas.
Questionado se a sustentabilidade das finanças públicas poderá estar em causa, caso os países não cheguem a acordo no Conselho Europeu do final desta semana, o presidente do CDS considerou que "isso é absolutamente evidente".
"Mas eu estou confiante que esse acordo será alcançado, porque houve uma declaração de vontade já expressa de que tem que haver solidariedade e coesão e cooperação entre os estados-membros para de forma conjunta responderem a esta crise, que passa essencialmente por uma injeção de liquidez no Estado a título de fundo perdido", acrescentou.
Questionado também sobre a versão preliminar do plano de recuperação económica elaborada pelo consultor António Costa Silva e conhecida no final da semana passada, o centrista questionou "onde é que o Governo vai buscar" o dinheiro para os investimentos propostos no documento, querendo saber se será através do aumento da carga fiscal, "como de resto é apanágio nos governos socialistas".
"Como? Isto é que tem de ser explicado porque o dinheiro para ser aplicado precisa de ser subtraído de algum lado, sobretudo quando estamos a falar de dinheiro público", atirou, defendendo que "pela via do crescimento" não será possível "ter reformas estruturais que permitam que aumente o nível de receitas".
Os chefes de Estado e de Governo dos 27 voltam a reunir-se fisicamente num Conselho Europeu agendado para sexta-feira e sábado, no qual vão tentar chegar a um compromisso sobre o Fundo de Recuperação e o próximo orçamento plurianual da União para ultrapassar a profunda crise provocada pela pandemia de covid-19.
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