"A pandemia só veio deixar mais claro que numa situação destas, em que se recorre, mais, ao teletrabalho, o interior está bastante fragilizado e a coesão territorial é uma miragem", refere, num comunicado que faz eco da interpelação do partido ao Governo, na Assembleia da República, sobre o assunto.
O BE lembra que há zonas do distrito de Bragança onde "a probabilidade de ter rede ou cobertura de Internet, principalmente móvel, é muito reduzida", o que entende como "inaceitável", nomeadamente relativamente às consequências para os alunos que nos últimos meses tiveram aulas em casa com recurso às tecnologias.
"Para o Bloco de Esquerda esta situação merece uma solução urgente e eficaz que dê a estas populações as mesmas possibilidades de acesso à tecnologia que, num momento como o que atravessamos se vê ainda mais importante", defende.
O partido reitera que "é necessário um serviço público de telecomunicações de garantia em que distritos como o de Bragança, e outros que não dão 'lucro' (único interesse dos privados) não seja esquecido em algo tão básico quanto necessário nos dias de hoje como a comunicabilidade em rede e o progresso".
A coordenadora distrital do BE lembra o caso do Itinerário Complementar 5 (IC5), a estrada que liga a autoestrada A4, no Pópulo (Vila Real) à fronteira, em Miranda do Douro, que "em praticamente toda a ligação não existe rede móvel, inviabilizando qualquer contacto mesmo em caso de emergência".
O Bloco salienta ainda que ao "isolamento das aldeias, o processo de despovoamento e constante perda de serviços" acresce a impossibilidade "reduzir distâncias através de meios como a Internet ou o telemóvel".
"Por vezes só no cume isolado e longínquo das localidades se consegue um mínimo de cobertura de rede móvel", ilustrou, acrescentando que "este é mais um entrave ao desenvolvimento, o que impede a coesão territorial".