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Pandemia em Lisboa. Medina deixa fortes críticas às autoridades de saúde

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa responsabilizou a Direção-Geral da Saúde, o Ministério da Saúde e a administração regional pela atual situação epidemiológica na capital. Autarca deixou ainda algumas recomendações para vencer "esta guerra".

Pandemia em Lisboa. Medina deixa fortes críticas às autoridades de saúde
Notícias ao Minuto

23:59 - 29/06/20 por Mafalda Tello Silva

Política Covid-19

Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, considerou, durante a noite desta segunda-feira, que o aumento exponencial de casos confirmados de Covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) se deve, em parte, à atuação das autoridades de saúde. 

No seu habitual espaço de comentário na TVI24, o autarca defendeu que “várias coisas correram mal” na forma como foi conduzido o controlo da doença na capital e que a ação no terreno falhou. 

“Isto é uma questão de chefias. Ou as chefias na zona de Lisboa, rapidamente, põem ordem na casa em muitos poucos dias e têm a situação sob controlo ou essas chefias têm de ser reavaliadas”, atirou. 

Sublinhando que, em primeiro lugar, é preciso que estes lapsos sejam assumidos "com muita clareza", Medina considerou que "quem não reconhece que há um problema não tem capacidade para resolver um problema”.

“Com maus chefes e pouco exército não conseguimos ganhar esta guerra”, acrescentou. Questionado sobre se esta afirmação era uma "nota" para a Direção-Geral da Saúde e para o Ministério da Saúde, o autarca da capital não deixou dúvidas: “É, é mesmo. (...) Têm de se colocar as pessoas certas nos locais certos”.

Medina apontou ainda que o estado "crítico" da situação na região de LVT é uma consequência também da escassez de meios para combater a pandemia, além da falta de “organização e coordenação” que já tinha referido. 

“Tivemos dois terços dos recursos que o Norte tinha. E não estou a dizer que o Norte tinha suficientes”, argumentou, recordando que a recente contratação de 100 novos profissionais de saúde pública para Lisboa não é suficiente. “A capacidade tem de aumentar e tem de aumentar já. Vamos buscar ao exército, onde for", acrescentou. 

"Falhou ter-se instalado um sentimento de que tudo estava ultrapassado"

Para lá de um aumento das equipas no terreno e dos recursos a alocar para travar o vírus em Lisboa, na opinião do autarca, há ainda outras circunstâncias que têm de ser recordadas e reavaliadas, como a reconsciencialização da população sobre as normas essenciais de prevenção contra o coronavírus.

Destacando que a consciência individual está na "base de tudo", Medina sustentou que “falhou ter-se instalado um sentimento de que tudo estava ultrapassado: Isso é falso”. Ou seja, é necessário, para o socialista, que os habitantes assegurem “proteção individual, higiene, cumprimento de regras, privilegiem espaços abertos em vez de fechados”.

Em segundo lugar, o autarca denotou também que é crucial "encurtar o tempo dos testes", considerando que, se um resultado de um rastreio demorar “dois, três, quatro dias”, torna-se "inútil". “Aí já contaminou quem havia a contaminar”, avaliou. 

Por fim, Medina concluiu que quando é detetado um infetado o inquérito sobre "com quem esteve a pessoa, em que condições se deve isolar, como fazer esse isolamento se não tiver essas condições e quem deve isolar-se também" deve ser realizado "em 12 horas, no máximo" para garantir um controlo eficaz daquele contágio. 

LVT é a região mais preocupante, neste momento, no que diz respeito à evolução da pandemia no país. Esta segunda-feira, a região voltou a registar cerca de 85% dos novos casos de Covid-19, com 225 das 266 infeções reportadas desde domingo, segundo a DGS.

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