'Vice' do PSD considera "incompreensíveis" comparações do Presidente

O vice-presidente do PSD Nuno Morais Sarmento classificou hoje como "incompreensíveis" as comparações do Presidente da República entre o caso Centeno e anteriores nomeações de ministros das Finanças para governadores do Banco de Portugal.

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Lusa
25/06/2020 13:23 ‧ 25/06/2020 por Lusa

Política

Morais Sarmento

Em conferência de imprensa na sede nacional do PSD, Morais Sarmento criticou as "sucessivas referências indiferenciadas" que têm sido feitas ao histórico de nomeações para o Banco de Portugal, incluindo - "pasme-se" - as que foram feiras feitas em período da ditadura.

"Sem comprometer o PSD naquilo que vou dizer agora, para mim de todas as declarações que foram feitas a mais incompreensível é a do Presidente da República. Esta é uma questão política, mas também jurídica, o Presidente da República é também um insigne mestre de Direito. É para mim absolutamente incompreensível como é que, apenas por razões políticas, faça tábua rasa da existência de regimes absolutamente distintos antes e depois de 1998", criticou Sarmento.

O vice-presidente do PSD chegou até a falar em "gaffe" e "referência infeliz" do chefe de Estado quando incluiu as nomeações para o Banco de Portugal feitas durante a ditadura.

"Completamente incompreensível, só se for por razões de facilitação política", disse, quando questionado sobre o significado político que atribui a estas declarações.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem afirmado que não vê nenhum problema na passagem direta do ex-ministro Mário Centeno para governador do banco central.

"Eu já tinha dito que não via problema naquilo que se passou na nossa monarquia, na I República, na ditadura e em democracia, não uma vez, mas talvez duas dúzias de vezes, que foi membros do Governo do Ministério das Finanças, ministros ou secretários de Estado, passarem a governadores do Banco de Portugal", referiu o chefe de Estado.

O 'vice' do PSD defendeu que em 1998 o Banco de Portugal (BdP) conheceu "uma alteração radical do modelo de funcionamento", tendo passado de uma "relação tutelar" com o Governo para ter a sua relação mais direta com o Banco Central Europeu.

"Temos um antes e um depois de 1998 radicalmente diferentes: a partir daí, o Banco de Portugal só teve dois governadores , Vítor Constâncio e Carlos Costa (...) É com a indicação agora pretendida do ex-ministro das Finanças que se levanta, pela primeira vez desde que o BdP conhece um estatuto totalmente independente, um problema sério de incompatibilidade de funções", defendeu Morais Sarmento.

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