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PCP acusa Governo de não querer resolver problema de poluição no Alentejo

O PCP acusou hoje o Governo PS de não ter vontade política para resolver o problema de poluição provocado por fábricas de transformação de bagaço de azeitona no Alentejo por saber que "mexe com interesses económicos".

PCP acusa Governo de não querer resolver problema de poluição no Alentejo
Notícias ao Minuto

14:26 - 26/05/20 por Lusa

Política PCP

"Quando temos de um lado da balança o lucro que resulta de uma postura e de um comportamento capitalista das empresas e do outro lado a harmonia entre o desenvolvimento económico, a promoção do emprego e o respeito pela saúde ambiental e pela saúde pública, é difícil conseguirmos [resolver o problema] se não tivermos vontade política por parte de quem tem a ação executiva, que é o Governo", disse hoje à agência Lusa o deputado do PCP por Beja, João Dias.

Segundo o deputado, "o Governo é quem está em melhores condições para poder regulamentar a atividade destas empresas" e, perante uma resolução com recomendações da Assembleia da República (AR) para resolver o problema e a "insatisfação" das populações, "se tivesse intenção e quisesse já teria minimamente legislado no sentido de criar alguma regulamentação" em relação às incidências ambientais.

"Mas o Governo sabe que isto mexe com o modelo agrícola instalado no Baixo Alentejo, muito assente nas culturas intensivas e superintensivas do olival, também de outras culturas, mas maioritariamente do olival", e, por isso, "não há aqui uma vontade [política] e a falta de vontade política prende-se com aquilo que é o mexer e o interferir com interesses económicos destas grandes empresas e explorações agrícolas", referiu o deputado.

João Dias disse à Lusa que o Grupo Parlamentar do PCP requereu ao presidente da Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território da AR, o deputado do BE José Maria Cardoso, a audição de quatro entidades sobre o problema ambiental e de saúde pública relacionado com a laboração de três fábricas de transformação de bagaço de azeitona no Alentejo.

Trata-se das fábricas AZPO, perto da aldeia de Fortes, e Casa Alta - Sociedade Transformadora de Bagaços, no Parque Agroindustrial do Penique, perto da aldeia de Odivelas, no concelho de Ferreira do Alentejo, e da UCASUL - União de Cooperativas Agrícolas do Sul, no concelho de Alvito, no distrito de Beja.

A Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, a Agência Portuguesa do Ambiente e a Associação Ambiental Amigos das Fortes são as entidades que o PCP quer que sejam ouvidas na AR.

Segundo João Dias, até hoje, "nada foi cumprido" da resolução que a AR aprovou em 2018 e que recomenda ao Governo medidas urgentes para acabar com o problema relacionado com a laboração das três fábricas.

A resolução, que resultou de cinco projetos de resolução apresentados por BE, PSD, PCP, CDS-PP e PEV, foi aprovada por unanimidade em 2018, mas, até hoje, "nada foi concretizado, porque isto implica quem é detentor das fábricas e legislação que deve ser ajustada e o Governo não tem tido essa vontade política", sublinhou.

Havendo a resolução e "mantendo-se ou tendo sido mesmo intensificados" os problemas e as queixas da população de Fortes, "há claramente a necessidade de conhecer melhor a situação" e por isso o PCP pediu a audição das quatro entidades para prestarem esclarecimentos sobre a matéria.

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