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Marcelo almoçou com Rio para "compensar efeitos da declaração" de Costa

Francisco Louçã analisou, esta sexta-feira, os possíveis nomes dos candidatos às presidenciais. Considerou o bloquista que Marcelo "não precisa, nem deve, precipitar-se".

Marcelo almoçou com Rio para "compensar efeitos da declaração" de Costa
Notícias ao Minuto

23:30 - 22/05/20 por Filipa Matias Pereira

Política Presidenciais

O 'jogo' das presidenciais parece estar lançado. Apesar de ainda faltarem cerca de oito meses, vão se estudando estratégias fora das 'quatro linhas'. Francisco Louçã analisou na noite desta sexta-feira, no seu habitual espaço de comentário na antena da SIC Notícias, o perfil dos 'jogadores'.

O 'aquecimento' para as presidenciais foi lançado por António Costa que, na semana passada, numa visita à Autoeuropa, 'chutou a bola' para Marcelo Rebelo de Sousa, deixando espaço para a sua recandidatura presidencial.

Acredita Francisco Louçã que esta foi "uma tentativa do primeiro-ministro de distrair a atenção da opinião pública". Já para o atual chefe de Estado, este 'passe' "é a solução mais incoveniente", já que Marcelo "não quer ouvir falar de um anúncio de candidatura agora e, para o país, é um pouco perplexo, ridículo" falar das presidenciais.

Claro está que, como considerou o bloquista, "para os partidos é importante a discussão presidencial", em torno da qual há "uma excitação jornalística e política. [Mas] Para o país é muito surpreendente" que se faça nesta altura em que o país luta contra uma pandemia.

Talvez por isso, defendeu o comentador, "Marcelo tenha almoçado com Rui Rio, para compensar os efeitos da declaração de António Costa e para mostrar a forma como gere o mapa político".

Para o Presidente, continuou, "as presidenciais, que não ofereciam grande dúvida, tornaram-se muito mais fáceis porque o espaço da opinião pública se restringiu à discussão que, na campanha, é muito concentrada em alguns temas e a popularidade de Marcelo subiu. Ele tinha 60% em algumas sondagens, agora tem 70%. Para ele tudo se tornou mais fácil e trata-se de gerir esta referenciação. Para Marcelo está tudo bem e não precisa, nem deve, precipitar-se".

Os possíveis 'adversários'

Do lado do CDS, começa a ouvir-se falar em Adolfo Mesquita Nunes, conotado pelas suas "ideias liberais, muito desconectadas da cultura fundamental do partido, que é muito mais conservador". Defendeu Francisco Louçã que é "muito duvidoso que Adolfo Mesquita Nunes venha a aceitar. É quase certo que o CDS, apesar dos riscos, tenha de apoiar Marcelo Rebelo de Sousa".

No PSD, por sua vez, foi apontado o nome de Miguel Albuquerque. "Há muito tempo que os líderes do PSD da Madeira sonhavam com uma candidatura presidencial. Só que Alberto João Jardim nunca se atreveu. Se se concretizar a candidatura, é muito interessante para Marcelo Rebelo de Sousa e muitíssimo interessante para Rui Rio".

E porquê? "Porque Albuquerque é um aliado de Montenegro que, por sua vez, é um aliado de Passos Coelho. A forma como ele pode reduzir a quase nada a expressão pública desta oposição seria um 'maná dos céus' para Rui Rio".

Finalmente, quanto a Ana Gomes, considerou Louçã que é uma mulher com "muita força; genuína. É muito coerente no combate à criminalidade económica, coisa que é raríssima no PS, na minha opinião". E este aspeto "faz dela uma figura com uma expressão política própria".

Ao colocar 'em campo' a hipótese de candidatura, Ana Gomes foi "sincera", mas esta ação foi vista por alguns como um "ato de imposição". Isto porque Ana Gomes se "colocou para um debate dentro do PS, dizendo aliás que quer uma candidatura do PS. Ela não se colocou, cuidadosamente, com qualquer perspetiva de federar espaços ou partidos políticos, colocou-se na base do debate dentro do PS".

Porém, é neste aspeto que reside o seu "ponto fraco: uma reação de grande animosidade contra António Costa. Não há nada na política que tenha de ser decidido com animosidade deste tipo".

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