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"Posição mais inteligente do PS pode mesmo ser não ter candidato próprio"

Sem considerar as declarações do primeiro-ministro como um apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, Vital Moreira defende que "nada obriga o PS a apoiar oficialmente um candidato presidencial, só para não ficar fora da liça eleitoral".

"Posição mais inteligente do PS pode mesmo ser não ter candidato próprio"
Notícias ao Minuto

08:14 - 21/05/20 por Melissa Lopes

Política Vital Moreira

O tema das presidenciais de 2021 veio para ficar depois de António Costa ter dado o tiro de partida na Autoeuropa, com declarações que suscitaram múltiplas interpretações e que levaram Ana Gomes a admitir refletir numa candidatura a Belém.

Num texto de opinião publicado no blogue Causa Nossa, o ex-eurodeputado do PS Vital Moreira escreve considerar que o assunto foi trazido para agenda pública "intempestivamente" pelas "inoportunas declarações de António Costa" na Autoeuropa, na semana passada. 

No entanto, e tendo em conta as reações à Esquerda e à Direita, "importa não ignorar o assunto". No entender do constitucionalista, e em linha com o que explicara Costa em entrevista à TSF, "não é preciso ser apoiante do atual Presidente da República, ou ter intenção de votar nele em janeiro de 2021, para prever a sua reeleição por folgada margem, sejam quem forem os seus adversários eleitorais".

Paralelamente, "nem a expressão pública desse fácil prognóstico equivale a um pré-anúncio de apoio eleitoral. Trata-se de uma simples constatação política", frisa Vital Moreira.

Por isso, e apesar de considerar a "infeliz" a formulação da declaração de Costa, o ex-eurodeputado não viu nela "nenhum compromisso, expresso ou implícito, de apoio socialista à recandidatura do atual inquilino no Palácio Belém, como foi entendido por tanta gente".

E justifica porquê com dois argumentos. O primeiro é que "uma tal decisão não poderia ser 'anunciada' daquela maneira nem tomada à margem das instituições do PS, onde a questão pode ser longe de consensual, sobretudo de houver uma candidatura na área socialista".

O segundo argumento é que, a esta distância, não vislumbra que vantagem teria o PS em "apoiar explicitamente um candidato de outra área política (por menos discordância que possa ter em relação ao seu desempenho presidencial no primeiro mandato), que poderia ser lida como oportunismo político ou como uma tentativa canhestra de condicionar o desempenho do atual PR no segundo mandato presidencial". 

De resto, no entender de Vital, "nada obriga o PS a apoiar oficialmente um candidato presidencial, só para não ficar de fora da liça eleitoral". E, "sendo obviamente cedo para definir posições, a posição mais inteligente do PS, face às previsíveis opiniões desencontradas dentro do Partido, pode ser mesmo não adotar candidato próprio e dar liberdade de voto aos seus militantes e simpatizantes", remata. 

No domingo à noite, a ex-eurodeputada socialista Ana Gomes afirmou que vai refletir sobre as presidenciais, embora não ambicionasse ser candidata, por considerar que "mudou muita coisa" com o primeiro-ministro a antecipar um segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa.

Ana Gomes falava na SIC Notícias a propósito das declarações de António Costa, na Volkswagen Autoeuropa, na quarta-feira, manifestando a expectativa de regressar àquela fábrica com o atual Presidente da República, já num segundo mandato, dando como certa a sua recandidatura e reeleição.

Questionada se admite mudar de ideias e candidatar-se a Presidente da República nas eleições de 2021, a ex-eurodeputada respondeu: "Admito refletir, é isso que vou fazer".

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