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Desrespeitar compromisso sobre Novo Banco "não fortalece nenhum ministro"

A coordenadora do BE insistiu hoje que o Governo não cumpriu "o compromisso" com o parlamento de só injetar mais dinheiro no Novo Banco depois dos resultados da auditoria, considerando que "nenhum ministro" sai fortalecido da polémica.

Desrespeitar compromisso sobre Novo Banco "não fortalece nenhum ministro"
Notícias ao Minuto

12:50 - 15/05/20 por Lusa

Política Catarina Martins

"Um Governo não cumprir um compromisso importante com o parlamento e o país, fazendo uma despesa tão avultada num setor tão opaco, num momento em que precisamos de tanto dinheiro para responder à crise social e económica, não fortalece nenhum ministro nem nenhum Governo", afirmou Catarina Martins, no Porto, quando questionada pelos jornalistas sobre se o ministro das Finanças, Mário Centeno, sai fragilizado da polémica em torno do Novo Banco.

Catarina Martins considerou uma "falha grave" a injeção de dinheiro no Novo Banco, lembrando que existia o "compromisso do primeiro-ministro de tal não acontecer antes de serem conhecidos os resultados da auditoria" à instituição financeira, notando que "sobre isso ainda não houve nenhum pedido de desculpas ao país".

O Expresso noticiou na quinta-feira da semana passada que o Fundo de Resolução recebeu mais um empréstimo público no valor de 850 milhões de euros destinado à recapitalização do Novo Banco.

A notícia surgiu depois de António Costa ter garantido no mesmo dia no parlamento, no debate quinzenal, que não haveria mais ajudas até que os resultados da auditoria que está a ser feita ao Novo Banco fossem conhecidos.

Catarina Martins ressalvou que, "em todo o caso, é preciso avançar com o orçamento suplementar [a apresentar em junho, para fazer face aos efeitos económicos da covid-19]".

A responsável notou ainda que a proposta do BE relativamente ao Novo Banco "é conhecida", esperando-se que seja "votada em breve".

"Não pode haver mais nenhuma injeção financeira a menos que o Parlamento autorize e os bónus têm de ser proibidos. Tanto os bónus passados como os futuros. Um banco sustentado pelos contribuintes não pode estar a pagar bónus milionários aos seus gestores", defendeu.

Já na quinta-feira, sobre a transferência de 850 milhões de euros do Estado para o fundo de resolução, tendo em vista a recapitalização do Novo Banco, Catarina Martins considerou que, "no enredo" entre o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, "é desadequado que se multipliquem os pedidos de desculpa sobre falhas de comunicação" no Governo.

Na semana passada, na Assembleia da República, durante o debate quinzenal, António Costa disse à coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que não haveria transferências para o fundo de resolução, tendo em vista a recapitalização do Novo Banco, até que a auditoria àquela instituição bancária estivesse concluída.

Na sexta-feira, António Costa afirmou aos jornalistas que o Ministério das Finanças não o informara de que essa transferência tinha sido efetuada na véspera, o que o levou a pedir desculpas à coordenadora do BE pela informação errada que lhe tinha transmitido.

O ministro de Estado e das Finanças assumiu que houve uma falha de comunicação no Governo e, na quarta-feira, declarou que a transferência de 850 milhões de euros para o Fundo de Resolução destinado à recapitalização do Novo Banco não foi feita à revelia do primeiro-ministro.

No mesmo dia, no final de uma visita à Autoeuropa, em Palmela, o Presidente da República considerou que o primeiro-ministro "esteve muito bem" ao remeter nova transferência para o Novo Banco para depois de se conhecerem as conclusões da auditoria que abrange o período 2000-2018.

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