"Quanto à gradualidade, progressiva ou regressiva das medidas, deve ser avaliada em períodos de 15 dias e não de um mês, como proposto, a favor de maior dinâmica, visto que a vigilância deve ser diária", lê-se na missiva enviada pelo presidente dos social-democratas na região, José Manuel Bolieiro, ao presidente do Governo Regional (PS), Vasco Cordeiro, a que a Lusa teve acesso.

O Governo dos Açores pediu aos partidos políticos e a várias outras entidades para que contribuíssem para o roteiro "Critérios Para Uma Saída Segura da Pandemia Covid-19".

Na proposta do executivo açoriano, lê-se que "o tempo de intervalo entre cada decisão de levantamento de cada medida, ou conjunto de medidas, será de um mês".

Em resposta ao apelo do Governo Regional, o PSD apresentou uma alteração (relativa à gradualidade das medidas para quinze dias) e três novas propostas.

Uma das propostas é para que seja divulgada "informação detalhada" sobre os números relativos aos conceitos de número básico de reprodução (o número médio de casos infetados a partir de uma pessoa) e limiar de transmissão (que ocorre quando o número básico de reprodução é igual a um).

"O seu conhecimento ajuda a transmitir segurança e confiança nos procedimentos", justifica Bolieiro, na missiva.

O PSD/Açores defende também a obrigação do uso de máscara em "determinadas situações".

"Considerar a obrigatoriedade do uso de máscara, dita comunitária, em determinadas situações e lugares", destaca.

A última proposta do partido é para que se proceda à diferenciação entre idosos e doentes crónicos e entre idosos institucionalizados e idosos em domicílio próprio.

O PSD sugere também "seriar a gravidade" das diferentes patologias dos doentes crónicos.

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, disponibilizou na passada sexta-feira um documento com os critérios para uma "saída segura" da pandemia de covid-19, nas palavras do executivo regional.

O documento irá ser alvo de contribuições de várias associações, entidades e de pessoas individuais que assim pretenderem.

Desde o início do surto foram confirmados 138 casos da covid-19 nos Açores, 90 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 37 recuperações (23 em São Miguel, oito na Terceira, cinco em São Jorge e uma no Pico) e 11 mortes (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (100), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 973 pessoas das 24.505 confirmadas como infetadas, e há 1.470 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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