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"Extrema-direita está a perder a vergonha de assumir ódio à democracia"

Deputado comunista António Filipe sublinha que "não é nova a ambição da extra-direita portuguesa de acabar com as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República" e que "o próprio Cavaco Silva insinuou essa possibilidade".

"Extrema-direita está a perder a vergonha de assumir ódio à democracia"
Notícias ao Minuto

21:09 - 20/04/20 por Melissa Lopes

Política 25 de Abril

Perante a discussão sobre a celebração do Dia da Liberdade no Parlamento, o deputado do PCP António Filipe debruçou-se sobre o tema, criticando a posição daqueles que se manifestam contra  a cerimónia. 

"A Assembleia da República, que nunca deixou de funcionar, iria abster-se de assinalar o 25 de abril, podendo fazê-lo em condições de segurança, precisamente no ano em que não será possível realizar as comemorações populares?", começa por questionar o comunista numa publicação no Facebook, assinalando que "não é nova a ambição da extra-direita portuguesa de acabar com as comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República". "O próprio Cavaco Silva insinuou essa possibilidade, sem nunca o ter conseguido", acrescentou. 

Na ótica de António Filipe, a pandemia Covid-19 "veio dar aos neo-fascistas a oportunidade de defender o fim das comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República invocando supostas razões de saúde pública e fazendo comparações espúrias com cerimónias pascais ou festas familiares". 

O deputado observa ainda que "a extrema-direita lusa (...) está a perder a vergonha de assumir o seu ódio à democracia", encorajada, na opinião do comunista, por Trumps e Bolsonaros e "alimentada por insanidades e esgotos a céu aberto que campeiam nas redes sociais e em alguma comunicação social". 

Nesse sentido, António Filipe vê com preocupação os "perigos do avanço da extrema-direita, do branqueamento do fascismo e do desamor à democracia". Perigos esses que "prosseguirão e terão aliados poderosos", antevê. "É por isso que o 25 de Abril tem de ser comemorado, sempre", defende. 

O Parlamento assinalará o 25 de Abril, no próximo sábado, apenas com um terço dos deputados, tendo convidado os titulares de cargos que, nos termos da lei do protocolo de Estado, "se situam entre o Presidente da República e os Deputados". "São muitíssimo menos do que em outros anos e os que forem, serão repartidos pelas oito galerias para que sejam mantidas as devidas distâncias", frisa ainda o deputado comunista. 

Ou seja, ao contrário dos 700 no ano anterior, estarão presentes nesta cerimónia no máximo 130 pessoas, devido à necessidade de distanciamento social para responder à pandemia.

Portugal registava na segunda-feira 735 mortos associados à covid-19 em 20.863 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

O país cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".

Em 25 de abril de 1974, um movimento de capitães derrubou a ditadura de 48 anos, de Marcelo Caetano, chefe do Governo, e Américo Tomás, Presidente da República, um golpe que se transformou numa revolução, a "revolução dos cravos".

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