"Os exames nacionais que os alunos vão fazer em julho não vão servir, desta vez, para aumentar as notas internas do ensino secundário. As provas valem apenas como específicas para o ingresso no ensino superior e só nessas condições podem ajudar a subir as médias". A opinião é de Francisco Rodrigues dos Santos, que defende que esta "decisão configura uma tremenda injustiça num triplo sentido".
Para o líder centrista, é, desde logo, uma "injustiça por violar as expectativas, o esforço e o investimento financeiro dos estudantes e das suas famílias, que fizeram a gestão do seu percurso letivo em função da estabilidade das regras de acesso ao ensino superior".
É ainda uma "injustiça porque, para muitos estudantes, a melhoria da classificação final por exame é a única opção viável de melhoria da sua média interna".
Por fim, defende o presidente do CDS numa comunicação a que o Notícias ao Minuto teve acesso, "é uma injustiça pois a alteração introduz uma desigualdade face às anteriores e possivelmente às próximas gerações no sistema de ingresso no ensino superior".
Para milhares de jovens portugueses, defende ainda, "a educação é a única oportunidade de quebrar ciclos geracionais de pobreza, atingindo o sucesso através do esforço e do mérito". E quanto à proteção do seu futuro e à segurança "sobre o modelo de avaliação do seu desempenho escolar", estes alunos "merecem que não se mudem as regras a meio do jogo. O CDS é sensível aos argumentos dos estudantes e reitera a manutenção do atual modelo de acesso ao ensino superior", facto que já transmitiu ao primeiro-ministro.
Recorde-se que o Ministério da Educação publicou um diploma que dá conta de regras excecionais para o presente ano letivo. A primeira fase dos exames nacionais passa a realizar-se entre 6 e 23 de julho, tal como já tinha sido revelado na última semana pelo primeiro-ministro António Costa.
A prova de Português do 12.º - que apenas terá de ser realizada pelos alunos que se candidatem a cursos superiores que exigem este exame como prova de ingresso - é a primeira deste novo calendário. A segunda fase está prevista para 1 a 7 de setembro.