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Instituições têm "funcionado muito bem" em Portugal

O embaixador de Portugal na UNESCO, António Sampaio da Nóvoa, considerou que as instituições políticas e sociais "têm funcionado muito bem" em Portugal no âmbito do combate à pandemia de covid-19.

Instituições têm "funcionado muito bem" em Portugal
Notícias ao Minuto

12:26 - 10/04/20 por Lusa

Política Covid-19

"Quando vejo a situação de Portugal, tenho de dizer que há uma grande confiança. As nossas instituições, no geral, têm funcionado bem. Tem havido erros, claro que sim. Houve hesitações? Quem é que não tem? Mas as instituições têm funcionado muito bem", afirmou António Sampaio da Nóvoa em declarações à agência Lusa.

O embaixador de Portugal na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) disse que o compromisso dos cidadãos, assim como da oposição e das instituições sociais "tem sido uma parte essencial" no esforço para travar a pandemia no país.

A nível global, Sampaio da Nóvoa apontou a UNESCO como uma das organizações que "tem sido capaz de dar uma resposta mais forte" à situação.

Mesmo com a sede de Paris fechada e muitos dos diplomatas espalhados pelo mundo, a organização não parou em quarentena, assim como os esforços nacionais para avançar tópicos que tem vindo a defender, como a ciência aberta e o futuro da educação no seio da instituição.

"A resposta para esta crise está na ciência e numa ciência aberta e de partilha de dados", disse o antigo reitor da Universidade de Lisboa.

O também antigo candidato presidencial salientou que no final de março, a UNESCO reuniu 77 ministros da Ciência, incluindo o português, Manuel Heitor, para apelar à partilha de dados sobre a luta contra a covid-19.

No âmbito da educação, a UNESCO tem vindo a alertar para o facto de haver 1,5 mil milhões de crianças que não estão atualmente na escola e os desafios que isso pode trazer.

A organização criou a Aliança Global para a Educação para assegurar que os países não deixam para segundo plano a educação face a outros desafios.

"[A situação] Preocupa-me muito. Temos consciência que esta situação acentua muito as desigualdades. Se já na escola essas desigualdades existem, é normal que quando se remete tudo para ambientes familiares essas desigualdades aumentam de maneira exponencial. Não é a mesma coisa estar numa família onde há livros e uma internet a funcionar ou estar num meio onde nada disso existe", referiu Sampaio da Nóvoa.

A esta Aliança recém-constituída vai ainda juntar-se o relatório sobre o futuro da educação, uma das principais propostas portuguesas na organização, que agora terá também a função de garantir que os recursos para a aprendizagem não são remetidos para segundo plano e estabelecer que depois desta crise "a escola não pode ser igual".

Mas, para Sampaio da Nóvoa, não é só a escola que não será igual.

"A História não vai mudar de rumo, mas o coronavírus vai, num certo sentido, acelerar a História. Ou seja, coisas que nós sabíamos que tinham de ser mudadas nos nossos estilos de vida por causa das alterações climáticas, na estrutura da escola por cause de um certo caráter obsoleto que a escola começava a ter. O pós-crise vai acelerar essas mudanças", concluiu o embaixador.

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