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"Regresso dos 11.º e 12.º anos às aulas em maio? Temos muitas incertezas"

O ministro da Educação sublinhou, esta noite de quinta-feira, que a data de 4 de maio, prevista para um possível regresso dos alunos do 11.º e 12.º anos, não é ainda uma certeza.

"Regresso dos 11.º e 12.º anos às aulas em maio? Temos muitas incertezas"
Notícias ao Minuto

20:54 - 09/04/20 por Notícias Ao Minuto

Política Tiago Brandão Rodrigues

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse esta noite em entrevista à TVI que a data de 4 de maio, referida anteriormente pelo primeiro-ministro António Costa como previsão para um eventual regresso dos alunos do 11.º e 12.º anos ainda não é uma certeza.

"4 de maio? Se começássemos a 4 de maio e terminássemos a 26 de junho, este tempo perdido antes da interrupção letiva para as férias da Páscoa e depois de dia 14 de abril até ao dia 4 de maio podia ser compensado com esse avanço das atividades letivas, presenciais se pudessem acontecer, até ao próximo dia 26 de junho. 4 de maio não é uma data definitiva", começou por explicar o governante.

"Temos a certeza que ainda temos muitas incertezas. Obviamente que estar na escola e ir à escola tem uma importância muito grande. Sabemos que mais cedo ou mais tarde vamos ter que começar a afrouxar medidas. Não sabemos quando, não sabemos como".

A saúde pública é o mais importante e só voltaremos às escolas quando existirem garantias de poder estar nas escolas com segurança. Isso é uma garantia que demos hoje quando anunciámos este conjunto de medidas" (Brandão Rodrigues)

Já os alunos do ensino Básico e do 10.º ano não voltarão à escola, conforme foi anunciado esta quinta-feira após reunião do Conselho de Ministros. Ainda assim “o processo educativo continua a acontecer, isso é algo que entendemos fundamental. Imaginemos o que seria para sociedade portuguesa interromper agora o ensino”, salientou o ministro.

Tiago Brandão Rodrigues voltou ainda a sublinhar o que já havia sido dito por António Costa e que dá conta das medidas de higienização necessárias para impedir o contágio pela Covid-19. "Todos gostaríamos que no dia 4 de maio todos pudessemos regressar às escolas. Também podemos voltar numa data posterior, e também em junho, se assim o permitir o estado do surto epidemiológico, no fundo já termos descido muito nesta curva que agora está num planalto e queremos todos fazer descer", apontou.

Se voltarmos às escolas será sempre com máscaras, com distanciamento social""O sistema educativo tem algumas peculiariedades. Se se decidir em maio, em junho, ou noutra altura, que os cabeleireiros ou as mercearias poderão abrir, não precisamos de dar um aviso prévio de um mês. Podemos anunciá-lo com pouco tempo de antecedência e tudo poderá começar a funcionar. No caso do sistema educativo é diferente. Esta previsibilidade é justa por todos os esforços que as famílias estão a fazer, pela ansiedade que existe nos jovens, principalmente naqueles que vão ingressar no ensino superior. Outro países, como Itália ou Inglaterra, tomaram medidas diferentes, mas nós acreditamos que é importante corresponder às expectativas dos estudantes", referiu.

Exames podem decorrer em pavilhões desportivos

"O ministro da Educação tem sempre um Plano A, um Plano B e um C e um D. O plano A e o B foram anunciados hoje”, lembrou o governante, sublinhando que o eventual regresso dos alunos do 11. e 12.º anos às aulas presenciais não "será uma medida desgarrada”, e que a existência dos exames nacionais destes dois anos letivos estará dependente do evoluir da pandemia.

"De acordo com a pandemia, e se assim o permitir, esses exames vão existir. A primeira fase dos exames vai decorrer em julho e a outra em setembro e isso implica previsibilidade na preparação dos estudantes. Se no mês de julho, e não só para o sistema educativo, estivermos com um nível de confinação igual ao que temos neste momento isso implicaria outro nivel de repercussões na nossa economia", atirou.

Os exames, lembrou Tiago Brandão Rodrigues, poderão vir a ser realizados em pavilhões gimnodesportivos ou em espaços públicos para que os alunos estejam afastados uns dos outros. No que toca à avaliação destes exames, o ministro sublinhou que contarão apenas para o acesso ao Ensino Superior, seja universitário ou politécnico. "Temos uma separação do que é a conclusão do ensino secundário e quem quer ir para o ensino superior, seja universário ou politécnico", disse.

Funcionamento do ensino à distância

O ministro da Educação admitiu ainda que nas últimas semanas podem ter sido registadas situações que correram mal no ensino à distância, mas elogiou, no geral, a adaptação de muitos professores que nunca o tinham feito e que estavam "alicerçados às aulas em sala".

Tiago Brandão Rodrigues relembrou ainda que o ensino à distância é já uma tradição, e que não nasceu do contexto desta pandemia, referindo mesmo que Portugal tem já uma experiência nesta forma de ensino. No entanto, referiu, o ensino à distância não se irá limitar aos conteúdos que serão postos no canal RTP Memória - onde vão estar disponíveis "sequencialmente blocos pedagógicos temáticos organizados por dois anos letivos, desde o primeiro ao nono ano, mas de largo espectro".

"Arrancar um processo desta natureza é complexo", assumiu o governante, mas "o mais complexo de todos os objetivos é não deixar ninguém para trás. Acreditamos que cada um dos professores irá continuar a utilizar esta estratégia através da internet, através do telefone, através do correio para cada um dos estudantes, porque os conhece", afirmou Tiago Brandão Rodrigues, recordando que a maioria de alunos do ensino básico não tem acesso a novas tecnologias e que os professores têm encontrado várias formas para os ensinar.

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