Em comunicado, o PCP refere que a realização de testes apenas aos operacionais de um turno "não só contribui para a manutenção de um ambiente de intranquilidade e medo, como coloca em risco os bombeiros não infetados e a população a quem a corporação tem o dever de acudir e com quem contacta diariamente".

Contactado pela Lusa, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que não vão ser feitos testes a todos os operacionais, porque isso "contraria tudo o que são as recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)".

"Foram feitos testes aos operacionais que estiveram diretamente expostos a um eventual foco de contágio. Os outros devem seguir as recomendações da DGS e, em caso de alguma sintomatologia, serão testados e tomadas todas as medidas adequadas", acrescentou.

Para Ricardo Rio, fazer testes sem qualquer tipo de justificação induz um "sentimento de falsa segurança".

O autarca lembrou que aqueles operacionais, por força da sua atividade, estão "na linha da frente" do combate à pandemia e, como tal, sujeitos a um contágio que pode acontecer "a todo o momento".

No comunicado, o PCP diz também ser "fundamental" intensificar as ações de desinfeção e higienização do quartel, equipamentos e viaturas, "sem que isso signifique maior sobrecarga dos bombeiros".

Ricardo Rio respondeu que essa já era uma "prática" recorrente, mesmo antes de surgir o primeiro caso de infeção na corporação.

Na quinta-feira, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, disse à Lusa que 16 bombeiros dos Sapadores de Braga acusaram positivo nos testes de despistagem da covid-19 e estão em casa em isolamento, sendo que a esmagadora maioria não apresenta "grandes sintomas".

Rio referiu que o primeiro caso positivo foi confirmado no domingo, tendo logo os restantes bombeiros que integravam esse turno sido postos em quarentena.

Foram, entretanto, efetuados testes a todo o turno, tendo 16 bombeiros acusado positivo e sete negativo, havendo ainda dois casos inconclusivos.

Os infetados estiveram envolvidos no combate a um incêndio registado em 25 de março na ala de psiquiatria do Hospital de Braga, mas o autarca considera que não é possível associar uma situação à outra.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).

Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.

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