"É evidente que, terminada e vencida esta crise, o país terá uma outra crise para discutir e uma outra crise para vencer, que será como recuperar e como se levantar, por assim dizer, outra vez. Aí, nesse momento, nós discutiremos esse cenário, neste momento mudar a fórmula do Governo não está pensada, porque essa só se muda com eleições, e portanto neste momento achamos que é extemporâneo discutir governos de salvação nacional", defendeu, em declarações à Lusa.

O líder parlamentar do CDS-PP frisou que neste momento "está estabelecida certa solidariedade e uma certa unidade nacional" devido à pandemia de covid-19.

Telmo Correia observou que "é necessário discutir o que é que está a ser feito, como é que está a ser feito, deixando que seja o Governo obviamente a liderar este processo", mantendo um olhar atento e uma "capacidade de análise, de fiscalização e de sugestão, também sempre que necessário".

"O CDS tem dito" que manterá a "competência de perguntar, de inquirir", indicou o líder parlamentar, ressalvando que o partido dará o seu "apoio às medidas que forem tomadas neste cenário de crise".

Esta questão foi levantada no domingo pelo presidente do PSD, que considerou que, quando a questão da recuperação económica se tornar a prioridade, com a melhoria da situação de saúde, vai ter de se debater a composição de um Governo de salvação nacional.

"Quando vier a economia para o primeiro lugar, então estou convencido de que a sociedade portuguesa vai ter de debater efetivamente a composição de um Governo de salvação nacional. O Governo que vier - pode ser o mesmo, como é lógico - vai ser sempre de salvação nacional", declarou Rui Rio em entrevista à RTP.

No entanto, de acordo com o líder social-democrata, "neste momento a prioridade não é pensar sobre isto", porque se coloca "a parte sanitária em primeiro lugar".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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