"Da nossa parte, vamos fazer todos os esforços para manter o curso das nossas relações na esfera militar", referiu Serguei Shoigu na sequência de contactos bilaterais.
A Sérvia permanece um aliado decisivo da Rússia na região, apesar de prosseguir as negociações oficiais de adesão à União Europeia (UE). Belgrado pretende manter-se fora da NATO e recusou aderir às sanções ocidentais contra a Rússia devido ao conflito no leste da Ucrânia.
A Rússia tem contribuído para o reforço militar da Sérvia com aviões, helicópteros e tanques, suscitando receios de um aumento das tensões regionais e de um novo conflito após as guerras civis na década de 1990 e a implosão da ex-Jugoslávia.
A cooperação da Sérvia com a Rússia, e ainda com a China, tem suscitado reações de reprovação no ocidente.
No decurso da visita, espera-se que Shoigu anuncie a entrega à Sérvia de um sofisticado sistema de mísseis antiaéreos, apesar de os Estados Unidos terem ameaçado com possíveis sanções contra Belgrado caso se concretize o envio deste armamento.
"Um exército forte é a garantia da soberania dos Estados", disse Shoigu, citado pela agência noticiosa russa TASS. "Os cidadãos sérvios podem ter orgulho nas suas Forças Armadas".
Em resposta, o ministro da Defesa sérvio, Aleksandar Vulin, definiu Shoigu como "um verdadeiro amigo da Sérvia" e frisou que as relações com a Rússia "estão no seu nível histórico mais elevado".
No decurso do violento desmembramento da Jugoslávia federal na década de 1990, a Sérvia envolveu-se nos conflitos que eclodiram na Croácia, Bósnia e no Kosovo, a sua antiga província do sul.
A atual liderança de Belgrado, numa região onde as forças nacionalistas permanecem no poder na generalidade das ex-república jugoslavas, tem sido acusada de fomentar as recentes tensões no Montenegro e na Bósnia.
No Montenegro, que aderiu recentemente à NATO, a minoria sérvia tem-se manifestado há meses contra uma nova lei discricionária e que dizem ameaçar a existência da sua Igreja ortodoxa sérvia. Na Bósnia, os líderes sérvios locais ameaçaram recentemente bloquear as instituições centrais que partilham com muçulmanos e croatas, e têm admitido a possibilidade de unir a sua entidade, cerca de dois terços do território, à Sérvia.