Meteorologia

  • 19 ABRIL 2024
Tempo
18º
MIN 15º MÁX 21º

“Se a geringonça ruir, o PSD não pode ser a tábua de salvação do PS”

Luís Montenegro garantiu, este sábado, que não vê Rui Rio e Miguel Pinto Luz como "adversários".

“Se a geringonça ruir, o PSD não pode ser a tábua de salvação do PS”
Notícias ao Minuto

17:23 - 08/02/20 por Notícias Ao Minuto com Lusa

Política Luís Montenegro

No seu discurso deste sábado, no Congresso Nacional do PSD, em Viana do Castelo,  Luís Montenegro fez questão de recordar as eleições do partido, que deram a vitória a Rui Rio à segunda volta, e de salientar que não vê nem o atual líder do PSD nem Miguel Pinto Luz como "adversários" mas sim como "companheiros" de uma luta contra os outros partidos.

“Não os vejo como adversários, vejo-os como companheiros do combate político salutar e democrático que travamos com os outros partidos”, disse, aproveitando para fazer um pedido aos eleitores sociais-democratas: “Somos mais fortes se formos mais e se estivermos mobilizados”.

De seguida, o antigo deputado, falou das novas regras de pagamento das quotas do partido, que a direção de Rui Rio introduziu antes das eleições, e que fez com que agravasse o "fosso" entre os militantes inscritos e os que de facto exerceram o seu direito de voto. "Isto não pode voltar a acontecer!", disse Montenegro, recordando que estavam 225 mil militantes inscritos, contra cerca de 33 mil que exerceram o direito de voto nesta eleição.

Sobre os verdadeiros "adversários", o antigo presidente do Grupo Parlamentar do PSD salientou que, “se a geringonça ruir, o PSD não pode ser a tábua de salvação do PS”, pois António Costa, diz Montenegro, “não tem autoridade moral nem ética para reclamar essa estabilidade ao PSD”. E deixa um aviso: “Se antes de 2023, António Costa e o PS não assegurarem a estabilidade, só há um caminho, é António Costa demitir-se e ir embora à sua vida”.

O candidato derrotado do PSD nas últimas diretas, pediu ainda "mais tolerância e menos crispação" ao partido, e citou o fundador Sá Carneiro para deixar um sinal de que não se calará.

"Eu darei o meu contributo longe dos cargos partidários e públicos, mas sempre perto para ajudar o PSD", afirmou Montenegro, na sua intervenção perante o 38.º Congresso do PSD.

O antigo líder parlamentar do PSD terminou a sua intervenção assegurando que irá seguir o exemplo do fundador Francisco Sá Carneiro, citando o que este disse na Assembleia Nacional em 1972.

"O que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob que pretexto for", citou.

A intervenção de Montenegro foi ouvida com grande atenção por uma sala finalmente cheia e, se nas críticas ao Governo, foi muito aplaudido, também se ouviram expressões de desagrado - "ahhhhhh" - quando falou da unidade interna.

"Disse na noite das eleições que o PSD precisa de paz e unidade e precisa mesmo e todos temos de contribuir para isso. Todos devemos exigir de nós próprios aquilo que exigimos dos outros", afirmou.

O antigo deputado defendeu que o partido precisa de se qualificar e de "refrescar o seu ambiente".

"Há demasiada crispação e demasiada agressividade verbal. Há demasiado fanatismo até", criticou, considerando que "o partido precisa de tolerância, de respeitar mais a liberdade e diminuir os seguidismos de fação".

Ao longo da sua intervenção, Montenegro foi sendo várias vezes advertido pelo presidente da Mesa do Congresso de que já tinha ultrapassado o tempo, mas prosseguiu até aos 16 minutos, "seis vezes mais" do que o tempo de que dispunha, segundo Paulo Mota Pinto.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório