“Se a geringonça ruir, o PSD não pode ser a tábua de salvação do PS”
Luís Montenegro garantiu, este sábado, que não vê Rui Rio e Miguel Pinto Luz como "adversários".
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Política Luís Montenegro
No seu discurso deste sábado, no Congresso Nacional do PSD, em Viana do Castelo, Luís Montenegro fez questão de recordar as eleições do partido, que deram a vitória a Rui Rio à segunda volta, e de salientar que não vê nem o atual líder do PSD nem Miguel Pinto Luz como "adversários" mas sim como "companheiros" de uma luta contra os outros partidos.
“Não os vejo como adversários, vejo-os como companheiros do combate político salutar e democrático que travamos com os outros partidos”, disse, aproveitando para fazer um pedido aos eleitores sociais-democratas: “Somos mais fortes se formos mais e se estivermos mobilizados”.
De seguida, o antigo deputado, falou das novas regras de pagamento das quotas do partido, que a direção de Rui Rio introduziu antes das eleições, e que fez com que agravasse o "fosso" entre os militantes inscritos e os que de facto exerceram o seu direito de voto. "Isto não pode voltar a acontecer!", disse Montenegro, recordando que estavam 225 mil militantes inscritos, contra cerca de 33 mil que exerceram o direito de voto nesta eleição.
Sobre os verdadeiros "adversários", o antigo presidente do Grupo Parlamentar do PSD salientou que, “se a geringonça ruir, o PSD não pode ser a tábua de salvação do PS”, pois António Costa, diz Montenegro, “não tem autoridade moral nem ética para reclamar essa estabilidade ao PSD”. E deixa um aviso: “Se antes de 2023, António Costa e o PS não assegurarem a estabilidade, só há um caminho, é António Costa demitir-se e ir embora à sua vida”.
O candidato derrotado do PSD nas últimas diretas, pediu ainda "mais tolerância e menos crispação" ao partido, e citou o fundador Sá Carneiro para deixar um sinal de que não se calará.
"Eu darei o meu contributo longe dos cargos partidários e públicos, mas sempre perto para ajudar o PSD", afirmou Montenegro, na sua intervenção perante o 38.º Congresso do PSD.
O antigo líder parlamentar do PSD terminou a sua intervenção assegurando que irá seguir o exemplo do fundador Francisco Sá Carneiro, citando o que este disse na Assembleia Nacional em 1972.
"O que não posso, porque não tenho esse direito, é calar-me, seja sob que pretexto for", citou.
A intervenção de Montenegro foi ouvida com grande atenção por uma sala finalmente cheia e, se nas críticas ao Governo, foi muito aplaudido, também se ouviram expressões de desagrado - "ahhhhhh" - quando falou da unidade interna.
"Disse na noite das eleições que o PSD precisa de paz e unidade e precisa mesmo e todos temos de contribuir para isso. Todos devemos exigir de nós próprios aquilo que exigimos dos outros", afirmou.
O antigo deputado defendeu que o partido precisa de se qualificar e de "refrescar o seu ambiente".
"Há demasiada crispação e demasiada agressividade verbal. Há demasiado fanatismo até", criticou, considerando que "o partido precisa de tolerância, de respeitar mais a liberdade e diminuir os seguidismos de fação".
Ao longo da sua intervenção, Montenegro foi sendo várias vezes advertido pelo presidente da Mesa do Congresso de que já tinha ultrapassado o tempo, mas prosseguiu até aos 16 minutos, "seis vezes mais" do que o tempo de que dispunha, segundo Paulo Mota Pinto.
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