"Joacine é uma egocêntrica deslumbrada e impreparada"
O antigo dirigente social-democrata garante que tanto o Livre como a deputada irão pagar um "preço elevado" no futuro devido ao desentendimento entre ambos.
© Global Imagens
Política Marques Mendes
Na semana em que se consumou oficialmente o divórcio entre o Livre e Joacine Katar Moreira com o partido a retirar a confiança política à deputada, Luís Marques Mendes deixou duras críticas à parlamentar, deixando, contudo, claro que defende que "ambas as partes saem mal nesta novela".
"Primeiro, não tiveram a humildade para aproximar posições e superar divergências. Depois, desrespeitaram o voto dos eleitores. E, terceiro, não souberam estar à altura das suas responsabilidades políticas", começou por sustentar, este domingo, o antigo ministro social-democrata no seu espaço de comentário semanal na SIC.
Para o jurista, o desentendimento entre Joacine e o partido fundado por Rui Tavares vai ter consequências graves a nível político para ambos os protagonistas.
"Joacine, é uma egocêntrica deslumbrada e impreparada. O Livre, um partido que perdeu a sua credibilidade. No futuro, em próximas eleições, todos vão pagar um preço elevado", conjecturou o ex-dirigente do PSD garantindo que a deputada "não vai conseguir ser reeleita" e que o Livre, "quando fizer novas escolhas de deputados, dificilmente será levado a sério".
Moral da história? Para Marques Mendes, toda a história de desentendimento entre o partido e a parlamentar é uma prova "de que alguma superioridade política, ética e intelectual dos novos partidos em relação aos antigos partidos é um logro e uma ficção".
"Afinal, os novos partidos têm tantos ou mais defeitos que os antigos. Em vez de superioridade para criticar os outros exige-se humildade para se reconhecer falhas dentro da própria casa", concluiu.
A retirada de confiança política a Joacine foi aprovada com 83% de votos favoráveis, numa reunião da Assembleia do partido que decorreu na quinta-feira. A deputada já reagiu à decisão da força política declarando que nasceu para estar no Parlamento e que vai "continuar a trabalhar com a confiança de uns e sem a confiança de outros", reforçando que apenas lhe interessa quem votou e confia em si.
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