"O núcleo da angústia é ter trabalho e pão na mesa"
O constitucionalista Adriano Moreira analisa, esta terça-feira, no artigo de opinião que assina no Diário de Notícias, ‘O estado das coisas’, sendo este, aliás, o título escolhido para baptizar o texto. O professor universitário explora, assim, as angústias de um povo, realçando que, no cerne dos problemas estão as “necessidades vitais”, numa altura em que “a nossa casa europeia está dividida” e que “a nossa casa portuguesa está dividida”.
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Política Adriano Moreira
“A regra histórica é de que os governos se acusam reciprocamente do passado que herdam e nunca do que deixaram, salvo quando acode a lembrança de atribuir ao povo os defeitos que impediram a boa governança, o que levou um pessimista a sugerir a mudança de povo”, começa por observar Adriano Moreira, no artigo de opinião que assina hoje no Diário de Notícias.
E, prossegue o ‘pai’ da Constituição na análise que faz ao ‘estado das coisas’, “nesta circunstância, aprofundar o número de fracturas da comunidade, doutrinando no sentido de colocar os jovens contra os velhos, os empregados da iniciativa privada contra os funcionários, os poderes locais contra a governança central, é uma contribuição dispensável, porque a desordem mundial encarrega-se designadamente de promover os conflitos”.
Ora, entende Adriano Moreira, “isto significa que sendo o núcleo do problema que angustia a comunidade, a qual está isolada nesta condição, ter trabalho e pão na mesa, o estado das coisas torna evidente que as fracturas na estrutura e articulação dos órgãos de soberania são mais profundas e inquietantes do que as que o modelo europeu já conseguiu, por toda a Europa, causar na sua relação com as sociedades civis”.
“Agora trata-se das lembradas necessidades vitais”, assinala o constitucionalista, e reitera: “Do pão de cada dia, do trabalho honrado, da dignidade, tudo coisas que são do interesse público, não são do interesse dos poderes anónimos que governam as finanças mundiais, e fazem da especulação imaginativa a sua especialidade, e do interesse privado o seu credo”.
“A nossa casa europeia está dividida, a nossa casa portuguesa está dividida”, alerta o professor universitário, reportando-se, nesta senda, a um “desastre que vai envolvendo o Sul mediterrânico e [que] ameaça o Ocidente”.
Pelo que, conclui, é urgente “assumir uma atitude renovada”.
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