Em declarações à agência Lusa, o ex-candidato a Belém apoiado pelo partido RIR (Reagir, Incluir e Reciclar) pediu aos políticos que "não se deixem domesticar" e concorram sem medo contra Marcelo Rebelo de Sousa nas próximas presidenciais.
Tino de Rans disse não ter dúvidas de que Marcelo "tudo fez para ir a votos sozinho", deixando mais um apelo: "chegou a altura de uma pessoa estar em alerta".
"O que eu queria, em nome da democracia, é que o Marcelo tivesse candidatos" adversários, disse à Lusa Vitorino Silva, acrescentando que "para dançar o tango são precisos dois".
O ex-candidato à presidência da república declarou acreditar que "a estratégia" de Marcelo Rebelo de Sousa tem sido a de "domesticar os adversários" de modo a não ter concorrência.
O dirigente do RiR sustentou que o Presidente "tem domesticado António Costa para que o Partido Socialista não apresente ninguém" e também André Ventura.
"O Partido Socialista (PS) é um partido com muita gente e eu gostava de ver o PS com a coragem de ir a jogo", defendeu.
Para Vitorino Silva, os políticos devem evitar que marcelo ganhe por "falta de comparência" dos adversários. "Mal seria se num país como Portugal" só houvesse um candidato, sublinhou.
O ex-candidato previu a recandidatura de Marcelo, apesar do "tabu" acerca do assunto, e que o atual Presidente "vai querer o terceiro mandato, vai fazer tudo por tudo para mudar a lei para ir a terceiro mandato".
Vitorino Silva não esclareceu se vai recandidatar-se ao cargo de Presidente e até confessou gostar de Marcelo, reiterando que apenas não quer que o atual Presidente vá a votos sozinho.
"Há muita gente que tem medo de perder e a democracia não é ganhar ou perder, é participar", recordou.
Quanto aos últimos quatro anos de Marcelo, 'Tino de Rans' considerou que foi um mandato "próximo do povo", mas quando o Presidente chegou "aos temas quentes", como Tancos ou a situação dos bancos portugueses, "tirou as mãos" e "podia ter feito mais".
"A grande bandeira de Marcelo é que conseguiu ser povo", concluiu.
Nas eleições presidenciais de 24 de janeiro de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito à primeira volta, com 52% dos votos.
Sampaio da Nóvoa, apoiado por parte do PS, ficou em segundo lugar, com 23%, e Marisa Matias em terceiro, com 10%. Em quarto lugar, com cerca de 4%, ficou a socialista Maria de Belém, também apoiada por uma parte do seu partido - que optou por não declarar apoio oficial a nenhum candidato.
Seguiram-se o candidato do PCP, Edgar Silva, com perto de 4%, Vitorino Silva, com aproximadamente 3%, Paulo de Morais, com cerca de 2%, e Henrique Neto, Jorge Sequeira e Cândido Ferreira, os três com menos de 1% dos votos.