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Rio e Montenegro disputam hoje liderança do PSD em 2.ª volta inédita

O presidente do PSD, Rui Rio, e o antigo líder parlamentar Luís Montenegro voltam hoje a disputar eleições diretas, numa inédita segunda volta em que podem votar 40.604 militantes com as quotas em dia.

Rio e Montenegro disputam hoje liderança do PSD em 2.ª volta inédita
Notícias ao Minuto

06:42 - 18/01/20 por Lusa

Política PSD

Na primeira volta, realizada há uma semana, Rui Rio foi o candidato mais votado com 49,02% dos votos expressos (15.546 votos), seguido do antigo líder parlamentar do PSD, que obteve 41,42% do total (13.137). O vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais Miguel Pinto Luz ficou em terceiro, com 9,55% (3.030), e fora da segunda volta.

O presidente do PSD e recandidato ao cargo votará no Porto e acompanhará na mesma cidade os resultados, enquanto Luís Montenegro votará em Espinho (Aveiro), mas fará a noite eleitoral em Lisboa.

As eleições decorrerão em todo o país entre as 14h00 e as 20h00 e a proclamação dos resultados será feita pelo Conselho de Jurisdição Nacional (CJN), na sede do partido, em Lisboa.

Na primeira volta, votaram 32.082 militantes, uma taxa de participação de 79%, a mais alta de sempre em percentagem em diretas, apesar de ser a mais baixa em números absolutos de todas as eleições do PSD em que houve disputa, devido às novas regras para o pagamento de quotas.

A polémica com o PSD-Madeira - todos os votos da primeira volta na Região Autónoma foram considerados nulos pelo CJN por discrepâncias com o caderno eleitoral oficial - vai manter-se, tendo a estrutura regional decidido que não vai abrir as sedes para a segunda volta, considerando que isso seria uma "humilhação" para os militantes sociais-democratas do arquipélago.

Tal como há uma semana, os resultados poderão ser acompanhados em www.psd.pt, e a secretaria-geral promete aumentar a capacidade de acesso ao site e ter uma versão otimizada para telemóveis.

No total do país, Rio teve na primeira volta mais 2.409 votos que Montenegro, mas os dois candidatos menos votados somaram, em conjunto, mais 621 votos do que o atual presidente.

A 'chave' do resultado eleitoral deverá voltar a estar, como habitualmente, nas quatro maiores distritais do PSD: Porto, Lisboa, Braga e Aveiro registam, por esta ordem, o maior número de militantes em condições de votar, centralizando mais de 57% do total.

No passado sábado, Rui Rio ganhou em 13 distritos ou estruturas, incluindo duas das maiores: Porto, Aveiro, Bragança, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real, Santarém, Faro, Beja, Portalegre, Évora, Açores e Europa.

Já Luís Montenegro venceu em seis: além da poderosa distrital de Braga, venceu em Leiria, Viseu, Coimbra, Castelo Branco e Lisboa Área Oeste.

Pinto Luz saiu vencedor na Área Metropolitana de Lisboa (com Montenegro em segundo) e em Setúbal, reclamando também vitória na Madeira, mas os votos da Região Autónoma não foram contabilizados.

Já no círculo Fora da Europa, os quatro militantes que votaram repartiram-se igualmente por Rio e Montenegro, registando-se um empate.

Nesta última semana, as acusações entre os candidatos de troca de apoios por promessa de lugares - negadas por ambos - marcaram a campanha, bem como as 'transferências' dos apoiantes de Pinto Luz para Rio e Montenegro.

Os antigos secretários-gerais do PSD Miguel Relvas e Matos Rosa, o antigo vice-presidente Marco António Costa, os líderes das distritais de Lisboa e de Setúbal, Ângelo Pereira e Bruno Vitorino, o vice-presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, os deputados Carlos Silva, Sandra Pereira e Alexandre Poço, ou o presidente da concelhia do Porto, Hugo Neto, foram alguns ex-apoiantes do autarca de Cascais que anunciaram o seu voto em Montenegro na segunda volta.

Em sentido contrário, o ex-ministro Mira Amaral, o cientista Carvalho Rodrigues e os deputados Ana Miguel Santos e Nuno Carvalho (que foram cabeças de lista nas últimas legislativas em Aveiro e Setúbal, respetivamente) passaram do apoio a Pinto Luz para a declaração de voto no atual presidente e recandidato.

Em 2018, Rui Rio derrotou Santana Lopes por 54,15% dos votos (22.728 votos), numa eleição em que o universo eleitoral foi de 70.692 militantes, mas em que acabaram por votar apenas 42.655 (cerca de 60% do total).

Rui Rio, o "corredor de fundo" que quer ser líder até 2022

Rui Rio, que na juventude corria os 100 metros, já se assumiu como um "corredor de fundo" na política, e quer renovar no sábado o mandato como líder do PSD até 2022.

Se o fizer, será apenas o segundo presidente do PSD em exercício a ser reeleito em diretas, já que, até agora, só Pedro Passos Coelho o tinha conseguido (por três vezes, mas sempre sem oposição). Por outro lado, também apenas um líder se tinha recandidatado e perdido em diretas, Marques Mendes, em 2007 contra Luís Filipe Menezes.

Apesar de já ter confessado que, por vezes, se sente como um "extraterrestre" na política portuguesa ou o "político do Norte que não percebe nada disto", a principal mensagem de Rio ao longo dos últimos dois anos em que comandou os sociais-democratas foi a defesa de consensos alargados entre os partidos em nome do interesse nacional.

Montenegro, o desafiador que quer suceder a Rio e ganhar o país

Luís Montenegro, que se notabilizou como rosto do 'passismo' no parlamento nos anos da 'troika', quer hoje chegar a líder do PSD e destronar Rui Rio após dois anos de um mandato em que simbolizou a oposição interna.

Se conseguir vencer a segunda volta, este sábado, Montenegro estará, desta vez, fora da Assembleia da República e terá de lidar com um grupo parlamentar escolhido pelo seu antecessor - tal como aconteceu a Rio -, mas já garantiu que contará com os 79 deputados do PSD.

Como metas eleitorais, Luís Montenegro apontou à vitória nas autárquicas de 2021 e nas duas próximas eleições legislativas, ambicionando até a maioria absoluta.

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