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Revolução Liberal: Moreira tem pena que AR não se associe a comemorações

O presidente da Câmara do Porto disse hoje que tem "pena" que a Assembleia da República não se associe às comemorações da Revolução Liberal do Porto de 1820, salientando que "passados tantos anos" admitia que não houvesse "grande embaraço".

Revolução Liberal: Moreira tem pena que AR não se associe a comemorações
Notícias ao Minuto

15:02 - 14/01/20 por Lusa

Política Porto

"Ousei ainda, confesso, escrever uma carta ao presidente da Assembleia da República. Admitia que a Assembleia da República, passados tantos anos, apesar de estar em Lisboa, já não tivesse grande embaraço pelo Porto comemorar esta revolução. Recebi de um amanuense qualquer uma carta a dizer que a Assembleia da República não se queria associar a isto", revelou Rui Moreira na cerimónia de apresentação do programa das comemorações na cidade da revolução de 1820.

O autarca, que garantiu que o convite foi apenas uma questão de delicadeza, que nada põe em causa as comemorações na cidade, espera ainda assim poder vir a contar com a presença do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, em algumas das iniciativas programadas até ao final do ano.

Se assim não for, afirmou, "não vem mal ao mundo".

"Tenho pena que a Assembleia da República não se associe, espero que o presidente da Assembleia da República esteja presente em alguma das iniciativas, mas teremos seguramente muitos deputados presentes", observou, em declarações aos jornalistas, já no final da cerimónia de apresentação.

Antes, durante a sua intervenção, Moreira destacou o programa "ambicioso" destas comemorações que, não sendo "espartano, também não é espalhafatoso".

"Acho que este é de facto um programa de boas contas à moda do Porto. Acho que vamos ter iniciativas muito interessantes. Não vai ser um dia, não vamos ter grandes explosões, vamos ter tempo para repensarmos aquilo que é o Porto, a liberdade, qual é o nosso papel e qual é também o papel da cidadania hoje tão ameaçada em vários cantos do mundo e que nós temos de preservar", defendeu.

O programa das comemorações que arrancam em fevereiro, estendendo-se até ao final do ano, foi apresentado pelo Comissário Geral das Comemorações, Pedro Baptista, que desafiou o autarca a retomar a iniciativa da construção do monumento "ao glorioso feito da regeneração portuguesa em 24 de agosto de 1820" que foi destruído pelos miguelistas.

"O Porto não tem nenhum monumento à revolução de 1820 e tal, com certeza, com algumas alterações na linha artística, seria um bom momento de tomar uma iniciativa destas e colocá-lo no Campo de Santo Ovídio, atual Praça da República, onde não há nenhum monumento alusivo", defendeu.

Questionado pelos jornalistas, o presidente da autarquia, admitiu levar a proposta a Conselho Municipal de Cultura.

"Vamos analisar, naturalmente. Eu não gosto muito de replicar monumentos destruídos, mas talvez se possa fazer um novo monumento. Nós temos o departamento de cultura, temos o Conselho Municipal de Cultura, (...) não deixarei de colocar o assunto ao Conselho Municipal de Cultura porque não pode ser uma questão de gosto do professor Pedro Baptista, ou professor Vital Moreira ou do Rui Moreira, isto tem de ser uma coisa mais envolvida", disse, acrescentando que acha "bem" que "haja uma celebração da revolução de 1820 que fique perpetuada".

A Revolução Liberal eclodiu no Porto, há 200 anos, quando a 24 de agosto de 1820 se constituiu a Junta Provisional do Governo Supremo do Reino.

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