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Catarina na Cristina. Debater orçamentos é, às vezes, "diálogo de surdos"

Catarina Martins foi a convidada do Programa da Cristina esta quarta-feira, onde disse que os debates sobre os Orçamentos do Estado são, por vezes, um "diálogo de surdos" e revelou que vai reunir-se com o primeiro-ministro ainda na tarde desta quarta-feira.

Catarina na Cristina. Debater orçamentos é, às vezes, "diálogo de surdos"
Notícias ao Minuto

13:03 - 08/01/20 por Melissa Lopes

Política Catarina Martins

Depois de António Costa, Rui Rio e Luís Montenegro, foi a vez de Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda, subir ao 'palco' do Programa da Cristina, na SIC. 

Num registo intimista, a coordenadora do Bloco de Esquerda recordou a infância, a família, o teatro, os estudos. Uma faceta  pessoal que, vincou, não deve interferir no debate político. 

"As coisas em que nós acreditamos devem ser defendidas com convicção e com clareza e o debate político é um debate que deve ser sobre a personalidade de cada um de nós, ou sobre a vida privada de cada um de nós", disse, explicando que o debate deve ser sobre "as propostas que temos, como é que olhamos o mundo, o que é que queremos fazer do mundo". 

E nesse sentido, afirmou que tem sempre "muito cuidado sempre para não misturar as coisas". "Temos que discutir ideias e projetos para o país", fundamentou. 

Dito isto, ressalvou ainda, "também acho que é verdade que não se constroem projetos políticos sem as pessoas e que qualquer projeto político que seja construído sem a capacidade de empatia, de compreender a situação do outro, é um projeto político que não serve". 

Dos líderes políticos que temos, por quem tem maior empatia, questionou Cristina Ferreira. "Não sei, também não conheço as pessoas todas da mesma maneira", respondeu, acrescentando: "Acho que não é surpresa para ninguém se disser que tenho uma enorme simpatia pelo Jerónimo de Sousa e pela forma carinhosa...".

E, prosseguindo, lembrou que "durante algum tempo, houve muito a ideia no debate político que a política é uma coisa tão técnica que as pessoas não percebem". No entender da coordenadora do Bloco de Esquerda,  tal não é verdade. "Na democracia, toda a gente tem de perceber as escolhas que estão a ser feitas e tenho feito algum esforço de tentar explicar as coisas de uma maneira que toda a gente possa debater", defendeu. 

Concretamente sobre a discussão do Orçamento do Estado para este ano, Catarina Martins explicou que "as pessoas compreendem o que é ter mais salário ou menos salário, mais pensão ou menos pensão. Percebem o que é a factura da luz ser mais cara ou mais barata e o que é que isso quer dizer na pensão ou no salário que fica até ao fim do mês, depois de pagar as contas todas". E deu um exemplo concreto para ilustrar como o Orçamento trata da "vida das pessoas": "Seguramente percebem o que é apoiar, por exemplo, os cuidadores informais, 800 mil pessoas no nosso país que dedicam uma boa parte da sua vida a apoiar quem precisa de apoio todos os dias". 

Por vezes, podem ficar baralhadas porque nas discussões do OE, às vezes, "não estamos todos a debater a  mesma coisa". "Os partidos têm prioridades diferentes, às vezes é um bocadinho um diálogo de surdos", apontou, dando outro exemplo: "Nós queremos falar do SNS e das condições que os hospitais vão ter para funcionar e outro partido quer falar de outra coisa qualquer". 

"Mas os orçamentos são isso, as decisões sobre a nossa vida. Vamos ver, logo à tarde tenho uma reunião com o António Costa, a ver se fazemos... ", altura em que a apresentadora interrompe para mandar "um beijinho" ao primeiro-ministro: "Diga-lhe que hoje só temos tarte de maçã nesta cozinha", diz Cristina.

"Precisamos é de ter um orçamento", rematou Catarina. A coordenadora do Bloco, recorde-se, disse no último sábado que não votaria favoravelmente ao OE2020 e que o voto contra ou abstenção dependeria das negociações que se seguissem. 

O PSD revelou esta terça-feira que irá votar contra o OE2020 na generalidade, amanhã, juntando-se assim ao CDS e ao Iniciativa Liberal que transmitiram essa intenção mais cedo. A votação final global do documento está agendada para o dia 7 de fevereiro

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