Combate à violência doméstica. "Que ninguém encolha os ombros"
Os últimos dias ficaram pelo homicídio de duas mulheres em contexto de violência doméstica. Um caso em Leiria, em que a vítima foi degolada, pelo marido, na sexta-feira. Outro em Cascais, no sábado, em que a vítima foi esfaqueada no tórax pelo ex-companheiro.
© Global Imagens
Política Catarina Martins
São já 35 as pessoas que morreram na sequência de violência doméstica este ano, a grande maioria, mulheres. A coordenadora do Bloco de Esquerda socorreu-se das redes sociais para lamentar a morte de mais uma mulher e para reforçar que o combate à violência doméstica "tem de se tornar um dos nossos compromissos coletivos mais fortes".
Um compromisso "pelas nossas vidas, das nossas filhas, das nossas irmãs, das nossas mães, das nossas amigas", frisou.
Na ótica de Catarina Martins, a violência doméstica e a violência de género "são os maiores problemas de segurança pública do país".
E estes problemas "exigem que ninguém encolha os ombros. Nem a família, nem os amigos, nem os colegas, nem os vizinhos. Muito menos as forças de segurança ou os juízes" concluiu.
A violência doméstica e a violência de género são os maiores problemas de segurança pública do país. Que exigem que ninguém encolha os ombros. Nem a família, nem os amigos, nem os colegas, nem os vizinhos. Muito menos as forças de segurança ou os juízes.
— Catarina Martins (@catarina_mart) December 29, 2019
Os dados mais recentes da Polícia Judiciária, divulgados pelo Governo, revelaram que até ao dia 22 de novembro foram mortas 33 pessoas em contexto de violência doméstica, nomeadamente 25 mulheres, uma criança e sete homens, tendo também havido um aumento de mais de 10% das ocorrências participadas à GNR e à PSP entre janeiro e setembro deste ano, além de uma subida de cerca de 23% nos atendimentos na rede nacional de apoio às vítimas de violência doméstica.
Já dados divulgados pelo Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) referem, que entre 1 de janeiro e 12 de novembro de 2018, foram mortas 28 mulheres, mais oito do que no ano anterior.
A estas mortes juntam-se a desta mulher assassinada no sábado à noite em Cascais, pelo companheiro, e de outra mulher com cerca de 35 anos, cujo homicídio ocorreu na sexta-feira em Leiria.
Segundo a UMAR, mais de 500 mulheres foram assassinadas nos últimos 15 anos em contexto de relações de intimidade em Portugal.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com