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Mensagem de Natal de Costa é um "discurso de campanha pelo OE"

"O mais interessante de tudo é a reação dos partidos de esquerda", afirmou Franciso Louçã no seu espaço de comentário semanal, na SIC Notícias.

Mensagem de Natal de Costa é um "discurso de campanha pelo OE"
Notícias ao Minuto

22:55 - 27/12/19 por Mafalda Tello Silva

Economia Francisco Louçã

Na última análise do ano da rubrica de comentário 'O tabu de Francisco Louça', o fundador do Bloco de Esquerda (BE) defendeu, esta sexta-feira, que a polémica mensagem de Natal de António Costa "merece uma análise cuidada". 

Para o economista, "o mais surpreendente" não foi ter sido uma mensagem monotemática - focada no sector da Saúde -, mas sim o facto de se ter tornado "num discurso de campanha pelo Orçamento do Estado para 2020 (OE2020). "Isto não é comum numa mensagem de Natal", salientou. 

Recordando que "ninguém se lembra das mensagens de Natal anteriores do primeiro-ministro" e que, geralmente, se tornam num discurso secundário ao do Presidente da República, refere que a mensagem de Natal do chefe do Governo deste ano "foi marcante". 

"E foi marcante, em particular, porque [António Costa] escolheu um único tema, de uma forma muito deliberada por razões políticas muito evidentes. As sondagens indicam que degradação dos sistemas de Saúde e o medo que as pessoas hoje têm de que se possa perder a qualidade do SNS é a questão que mais preocupa os cidadãos e as cidadãs em Portugal", sustentou. 

Louçã apontou ainda que todo o "desgaste sucessivo de incidentes, de fecho de urgências, de dificuldades de transporte de doentes, de dificuldades de acesso a medicamentos, de falta de pessoal qualificado" durante 2019 contribuiu para "um processo que desgastou o Governo". Considerando que o Executivo não respondeu "durante muito tempo" a estes problemas, o conselheiro de Estado considerou também que a escolha de uma mensagem de Natal exclusivamente dedicada à priorização da Saúde simbolizou uma tentativa do Governo "ir agora a correr atrás do prejuízo". 

Contudo, o economista argumentou que Costa "politizou demasiado uma mensagem que costuma ter um âmbito mais abrangente" e que, por isso, "foi criticado". 

"Que [o primeiro-ministro] sublinhe a questão da Saúde, acho muitíssimo bem. Que o faça nos termos do que parece ser um discurso no Parlamento sobre o OE, já me parece um pouco excessivo", denotou acrescentando que o governante "poderia ter tratado de outros temas que são também de grande importância". 

Sobre o que acrescentaria na mensagem em causa, Louçã referiu que Costa poderia ter tratado "as dificuldades" com que Portugal se depara na estrutura europeia, "que são muito graves e ameaçadoras em 2020", tais como: "As exigências que se colocam a Portugal no combate às alterações climáticas, no combate pelo emprego, na resposta a soluções fundamentais de discriminação na sociedade portuguesa", exemplificou.  

"Mas, o mais interessante de tudo é a reação dos partidos de esquerda"

Ainda sobre a mensagem que tem sido maioritariamente criticada por todos os partidos, o bloquista considerou que as reações dos partidos à esquerda do PS são "o mais interessante de tudo". 

Para Louçã, ambas as intervenções de Jorge Pires, do PCP, e Luís Fazenda, do BE, deixaram o mesmo recado ao Governo, designadamente, que se o Executivo quer discutir questões do OE "não pode continuar a recusar negociar".

"Creio que a esquerda está a perceber que é antes do debate da generalidade que se tem de fechar, se for possível, compromissos fundamentais. Quem conhece estas negociações, não cai na armadilha de pensar que é depois, à pressa na especialidade, que se consegue o essencial", justificou. 

Apesar de lembrar que as negociações do OE também se realizam na especialidade "até ao último dia", Louçã salientou que depois da passagem do ano, a próxima semana é "fundamental" no que diz respeito às negociações para o OE2020. 

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